O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde defende a criação de um seguro público complementar que garanta uma cobertura extra nas áreas em que os portugueses mais gastam dinheiro com cuidados de saúde fora do SNS. “É um modelo que começa a ser usual na Europa. O caso francês é paradigmático. 85% dos franceses têm um seguro complementar para além do seguro social”, diz Francisco Ramos em entrevista ao semanário SOL, este fim de semana nas bancas.
“Portugal é dos países onde as pessoas pagam mais cuidados de saúde do próprio bolso. Pagam mais em quê? Medicamentos, consultas de especialidade que não Medicina Geral e Familiar, próteses, saúde oral e aparelhos auditivos. Há duas hipóteses de olhar para isto: o SNS tem de resolver tudo, a estratégia que foi seguida por este Governo ao criar saúde oral nos centros de saúde, depois do cheque dentista, ou eventualmente pensar num seguro complementar que ofereça principalmente este tipo de cuidados. Acesso à saúde oral, cobertura adicional nos medicamentos, óculos, próteses”, diz Francisco Ramos, propondo um debate sobre o tema.
Para o Secretário de Estado, a prioridade em termos de política de saúde deve ser alargar a cobertura pública para as áreas em que as famílias têm mais encargos, considerando que atualmente os portugueses gastam muito dinheiro, seja com seguros privados seja em pagamentos diretos, num mercado “desregulado e selvagem”.