EUA. Capitã da seleção norte-americana taxativa: “Não irei  à Casa Branca. Não faz sentido”

EUA. Capitã da seleção norte-americana taxativa: “Não irei à Casa Branca. Não faz sentido”


Megan Rapinoe viu-se envolvida numa polémica com Donald Trump durante o Mundial feminino, prova que os EUA entretanto venceram.


A seleção norte-americana de futebol fez história depois de ter alcançado o inédito bicampeonato no Mundial de futebol feminino, além do quarto título da história dos EUA (em oito edições da prova). Porém, não foi apenas o feito inédito das americanas que deu que falar, já que, quando ainda decorria a competição, disputada em França, uma polémica troca de palavras entre o Presidente Donald Trump e Megan Rapinoe, capitã da equipa, fez correr muita tinta.

Em causa estiveram as declarações daquela que foi eleita a melhor jogadora do campeonato do Mundo, antes de os Estados Unidos defrontarem a anfitriã França, nos quartos-de-final. Nessa altura, Rapinoe disse que não iria à Casa Branca caso vencesse a prova, garantindo ainda que iria falar com as restantes colegas para seguirem a sua decisão.

“É uma administração que não pensa como nós e que não se bate pelas mesmas coisas por que nós nos batemos”, justificou a melhor marcadora do Mundial, que é assumidamente homossexual. Trump foi lesto a reagir, lembrando que a jogadora deveria “ganhar {a prova] antes de falar”. Numa mensagem publicada nas redes, o Presidente norte-americano disse ainda que “Megan nunca deve desrespeitar o nosso país, a Casa Branca ou a nossa bandeira, especialmente porque muito tem sido feito por ela e pela equipa. Tem orgulho da bandeira que vestes. Os EUA estão a jogar muito bem!”. A jogadora, recorde-se, recusa-se a cantar o hino ou até a colocar a mão no peito, como símbolo de protesto em relação às políticas do Presidente, sobretudo no que diz respeito aos direitos das minorias.

A verdade é que, depois da troca acesa de palavras entre jogadora e Presidente, Trump convidou a seleção feminina de futebol a visitar a Casa Branca independentemente do resultado no Mundial.

Depois da conquista, alcançada no passado domingo, muitos esperaram para saber qual seria o desfecho desta história. Pois bem, Megan Rapinoe voltou, durante o dia de ontem, a reafirmar a sua posição, garantindo que não irá aceitar quaisquer convites por parte da administração Trump. “Eu não irei. E creio que a restante equipa, com quem falei explicitamente sobre isso, também não”, assegurou a jogadora em entrevista à CNN.

“Acho que não faz sentido para nós. Não consigo imaginar que alguma das minhas colegas de equipa queira estar nesta situação”, acrescentou a capitã.

Questionada sobre se teria algo a dizer ao Presidente, Rapinoe respondeu: “Eu penso que lhe diria que a sua mensagem exclui pessoas. Você exclui-me. Você exclui pessoas que são importantes para mim”.

Recorde-se que depois da conquista do inédito bicampeonato, Trump voltou a recorrer às redes para dar os parabéns à seleção. Numa curta mensagem em que falou de “orgulho” não referiu, contudo, a data exata da eventual visita.