INAUGURAÇÃO CIRCUITO ILHA Num festival que teve a sua génese na produção e criação de circuitos de arte pública por todo o território micaelense, o circuito de arte pública continua a ocupar um lugar de destaque na programação. Rebatizado a esta edição de Circuito Ilha, o ano em que a curadoria foi entregue ao coletivo de design multidisciplinar The Decorators. À ilha chegaram já no fim de semana os artistas – Clementine Keith-Roach, Inês Neto dos Santos, Practive Architecture, Pedro Lino, Prem Sahib e Rain Wu – que já hão de ter posto mãos à obra para a inauguração do circuito, num percurso que se prolonga entre as 16h e as 22h do próximo domingo.
PARA ALÉM DA PAISAGEM Novidade desta edição são os percursos temáticos pela ilha de São Miguel, com curadoria das Talkie-Walkie, um projeto com sede no Porto, fundado pelas arquitetas Ana Vieira e Matilde Seabra, que desenham programas de viagem para amantes da cultura e das artes. E que para esta terça-feira pensaram o percurso “Para Além da Paisagem”: um olhar sobre a arquitetura de São Miguel com visitas à Quinta da Tília, do arquiteto Pedro Maurício Borges, ao Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, da dupla Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos e à paisagem industrial em ruína na Costa Norte.
ARRAIAL WALK & TALK Referência para quem já conhece o território e a cultura do arquipélago são as chamadas festas do Espírito Santo, que todos os anos pontuam os domingos que se sucedem ao domingo de Páscoa, até ao sétimo. Recuperando a tradição das festas populares, também a o Walk & Talk monta o seu arraial. Nesta edição, a de 13 de julho, no Pavilhão Walk & Talk (Largo de São João, Ponta Delgada). O acesso é livre, como sempre, e a festa contará com Paco Piri Piri + Las Makinas, os fados de beats de Pedro Mafama, o technobrega de King Kami e, a fechar a noite, Dj Desculpa.
LENTO E LARGO Antes de se lançarem ao arraial, mesmo ali ao lado, a dupla luso-brasileira Jonas&Lander leva ao Teatro Micaelense “Lento e Largo”. Uma performance que, a partir de um ambiente cénico influenciado por Hieronymous Bosch, se equilibra entre o robótico e o humano, na criação daquilo a que chamam um “apocalipse visual”. Com essa paisagem irreal como fundo, a proposta é a de um processo de socialização entre as duas entidades. Com danças, beijos, ordens e acatamentos à mistura. De igual para igual, numa exploração dos limites do virtuosismo de cada um dos performers.
BURNING PRICKS Ao Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, no extremo norte da ilha, o Walk & Talk leva a 18 de julho uma performance de Antonio Branco & Riccardo T. Apresentada como “iconoclasta”, “Burning Pricks” colocará dois indivíduos a interagir “de imagem para imagem, num fluxo de dor, verdade, e hipocrisia”. A partir de leituras de textos políticos e filosóficos ao mesmo tempo que são completados “atos violentos e sexuais” que hão de levar o espetáculo ao território de “uma palestra radical sobre virilidade, feminilidade, sexualidade contemporânea, pornografia, poliamor, e normas de género”.