Humilhação na Europa: é preciso acabar com a saga do “To(n)y Costa Story”!


Angela Merkel tratou de liquidar qualquer credibilidade e respeitabilidade que o primeiro-ministro geringonçado pudesse ter nos meandros políticos europeus.


1. Encontra-se em exibição nas salas de cinema portuguesas o quarto filme da saga dos brinquedos que buscam a sua “utilidade social” e se revelam leais aos seus donos, Toy Story. Nós, por cá, vemos e vivemos mais uma saga de António Costa e seus muchachos rosinhas que brincam connosco diariamente, montando uma narrativa de verdadeira ficção que não cessam de nos impingir ao minuto – nós, cidadãos portugueses, somos os brinquedos de António Costa; António Costa e seus camaradas deste PS, descaracterizado e com vergonha da sua história (vide o esquecimento a que votaram Mário Soares), são os brinquedos dos interesses especiais que tomaram de assalto o Partido Socialista. Este Portugal de António Costa não passa, pois, de um filme de pura ficção para entreter o povo português, criando uma realidade ficcional que o próprio alimenta com fanático militantismo. Ele e o aparelho de poder que montou, distribuindo benesses na máquina do Estado, prometendo benefícios e privilégios a muitos em diferentes sítios, orgulhando-se de ter na mão um setor muito considerável dos jornalistas e comentadores portugueses – enfim, Costa tem uma máquina de poder implacável que gere à medida dos seus interesses e conveniências, cantando vitórias enquanto há portugueses que morrem nas urgências dos hospitais em função da incompetência e arrogância do seu Governo.

2. António Costa já sofre do sintoma mais saliente dos mentirosos compulsivos: a incapacidade de discernir as fronteiras da mentira e da verdade. Costa mente – e mente tantas vezes – que se autoconvenceu das “suas verdades”. Nisto, António Costa e José Sócrates são verdadeiras almas gémeas. Portanto, enquanto nos cinemas podemos assistir ao Toy Story 4, no país, na realidade, vivemos o “To(n)y (Costa) Story 5”. Na realidade, o nosso primeiro-ministro rosinha To(n)y Costa só inventa – e inventa tantas histórias que desafia o mais elementar rigor matemático: nós, portugueses, já perdemos a conta a tamanhas mentiras de Costa. De facto, o nosso To(n)y Costa revelou que foi convidado para um cargo europeu mas que, por imperativo patriótico, recusou. Se era necessária uma prova irrefutável da tendência de Costa para mentir descaradamente, ei-la aqui: como todos sabemos, To(n)y Costa estava desejoso de ir embora de Portugal. Estava obcecado por rumar a Bruxelas, desejavelmente para presidente da Comissão ou para o Conselho Europeu. Entre os amigos do seu círculo mais próximo, To(n)y Costa já havia confidenciado a sua vontade e dera ordens para os seus putativos sucessores começarem a aparecer mais regularmente (daí a súbita aparição mediática de Pedro Nuno Santos, em grande plano). Tudo para que a sua ida para Bruxelas não atrapalhasse os planos dos seus camaradas socialistas.

3. E é mesmo verdade que To(n)y Costa se convencera de que o seu destino lhe reservava um exílio dourado na Europa enquanto planearia a sua candidatura presidencial em 2026: o Presidente francês, Emmanuel Macron, havia-lhe prometido que a sua nomeação não falharia. O novo eixo socialista-liberal, liderado por Paris, seria verdadeiramente triunfante. Conquanto Macron tenha ficado desiludido com o primeiro-ministro português (a quem não reconheceu os talentos que alguns dos seus assessores lhe haviam vendido), a verdade é que To(n)y Costa poderia ser o “idiota útil” (no sentido carinhoso e ingénuo da expressão) perfeito para Macron na Europa. Só que, se o habilidoso Costa cá no burgo vai enganando e manipulando os jornalistas, a elite e os sacerdotes do sistema decrépito e corrupto, a verdade é que, nos bastidores da Europa, as coisas fiam mais fino: donde o nosso geringonçado António Costa sofreu uma verdadeira humilhação pública. Foi derrotado em toda a linha. António Costa – To(n)y Costa, como hoje é conhecido – é o rosto da derrota humilhante: Angela Merkel tratou de liquidar qualquer credibilidade e respeitabilidade que o primeiro-ministro geringonçado pudesse ter nos meandros políticos europeus. Resta a António Costa manter a ilusão, a mentira, a manipulação e as historietas com que vai entretanto a elite e uma parte do povo português para se perpetuar, a todo o custo, no poder. O nosso António Costa, que prometera bater o pé à Alemanha, que anunciara aos quatro ventos uma nova Europa, que já clamara vitória pela derrota dos conservadores e democratas-cristãos europeus, eis que teve de meter a viola no saco e seguir caminho. O nosso To(n)y Costa – tal como Woody no Toy Story – ficou um lonely cowboy nos círculos de poder europeus. Eis a curtíssima “To(n)y Costa Story” na Europa…

4. Isto dito, há uma inferência política lógica que não é de somenos relevância, até para compreender a dinâmica interna de funcionamento do Governo geringonçado socialista: Mário Centeno goleou António Costa. Na verdade, há muito que se regista uma competição de egos no seio do Executivo entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro: a vontade de superar pessoalmente Mário Centeno era umas das razões justificativas da aposta costista em percurso europeu próprio. Pois bem, com a humilhação de António Costa no palco europeu, Mário Centeno provou ter uma popularidade claramente superior à do primeiro-ministro em Bruxelas – ou seja, Centeno é hoje o homem todo-poderoso do Governo português. Já não é Centeno que é número dois de António Costa; é António Costa, pelo contrário, que é número dois de Mário Centeno.

5. Eis, pois, a “To(n)y Costa Story” que vivemos – e a qual pagaremos bem caro a breve trecho. Pelo caos a que assistimos na saúde, na educação, nos transportes, em todos os serviços públicos (até tirar o cartão de cidadão se tornou um pesadelo!), com o To(n)y Costa Story – ao contrário do Buzz Lightyear da ficção do Toy Story – só poderemos mesmo ir para o finito e mais aquém.

 

joaolemosesteves@gmail.com

Escreve à terça-feira