Juntos para um futuro melhor” foi o lema do Congresso Nacional de Motoristas, que ocorreu em Santarém, no último sábado. Os motoristas de matérias perigosas (SNMMP) e de mercadorias (SIMM) uniram esforços no sentido de incumprir os compromissos e protocolos de negociação que acordaram com a ANTRAM e o governo. O culminar desta decisão? O início de uma nova greve, a partir de 12 de agosto, caso as entidades anteriormente referidas não aceitem as suas exigências.
As reivindicações dos sindicatos, que constam numa proposta de contrato coletivo de trabalho, passam por aumentos salariais – 200 euros a cada dois anos, começando com 1400 euros brutos em 2020, melhoria das condições de trabalho – as queixas baseiam-se em “demasiadas horas ao volante e falta de descanso”, pagamento das horas extraordinárias a partir das oito horas de trabalho, entre outras.
De acordo com um comunicado da ANTRAM, a que o SOL teve acesso, “esta posição até já esperada, depois de na semana passada o processo negocial ter sido interrompido por iniciativa dos sindicatos que nem sequer aguardaram pelas respostas da ANTRAM às suas propostas”.
A associação adiantou ainda que “constata com grande preocupação e lamenta que a postura daqueles sindicatos se paute por uma lógica de conflito, ausência de lealdade negocial e desrespeito pelos compromissos escritos assumidos com as restantes entidades do setor do transporte rodoviário de mercadorias, incluindo o próprio governo”.
A ANTRAM esclareceu que nunca foi assinado nenhum protocolo negocial onde esteja prevista a subida salarial para além de 700 euros, com a revisão estipulada do valor segundo a subida do salário mínimo nacional nos anos seguintes. Foi adiantado ainda que os sindicatos “faltam completamente à verdade perante os seus trabalhadores e perante a opinião pública”.
Assim, a ANTRAM deixa claro que os textos dos protocolos serão “oportunamente publicados” no seu site oficial e “serão por si mesmo elucidativos de que a encenação levada a cabo pelo SNMMP e pelo SIMM perante os seus trabalhadores apenas se destina a dar cobertura à realização de uma greve injustificada e socialmente injusta”. Deste modo, a ANTRAM afirmou estar a cumprir os protocolos assinados, nunca ter recusado dar cumprimento e negociar qualquer parte dos mesmos e acredita que o aviso de pré-greve ou “ameaça”, “não é mais do que o puro e simples incumprimento voluntário e frontal dos Protocolos assinados por aqueles mesmos sindicatos”.