Argentina. Messi saiu do fundo do poço do silêncio e esculhambaram Armani: “Bicha!”

Argentina. Messi saiu do fundo do poço do silêncio e esculhambaram Armani: “Bicha!”


Afastados da final pelo Brasil (0-2), os argentinos trataram de avançar com queixas sobre queixas, da arbitragem à homofobia.


Lionel Messi é habitualmente tão silencioso que, se vivesse no fundo de um poço e só saísse de lá para entrar em campo e jogar à bola como só ele sabe, nem daríamos por isso. Depois, de repente, fala, e o poço parece que faz eco. Aborrecido pela eliminação da Argentina frente ao Brasil na meia-final da Copa América disputada no Mineirão, veio soprar as queixas no trombone e a coisa deu brado do lado de lá do Atlântico: “Os árbitros marcaram tantas faltas estúpidas nessa Copa América mas, desta vez, o VAR não foi consultado nenhuma vez. Não dá para perceber!” Sentindo que não era suficiente, foi por aí fora antes de, supomos, voltar ao habitual conforto do poço de silêncio em que vive: “Espero que a CONMEBOL faça alguma coisa. Estes árbitros desequilibram a partida e favorecem uma equipa, prejudicando a outra, e ficamos com a sensação de que ninguém se importa. A verdade é que estamos chateados porque jogámos bem, fizemos um grande esforço, e tudo acabou de uma forma que nos deixou tristes”.

Claro que este jogar bem é subjetivo, diria mais, subjetivíssimo, se pensarmos na forma como a Argentina parece desperdiçar toda a sua capacidade criativa, deixando Messi na situação incómoda de andar pelo campo todo a tentar fintar toda a gente e obrigado a fazer os golos que os companheiros não fazem. “Falei com o árbitro e pedi-lhe respeito pela Argentina. Em momento algum ele mostrou respeito por nós!”, concluiu o desabafo, com a mesma impenetrável expressão de todos os dias e que, por vezes, faz com que pensemos que tipo de sentimentos alberga aquele curioso ser humano com tanto amor para dar a uma bola de couro.

Motivos O motivo principal das queixas argentinas prende-se com uma eventual falta que precedeu o segundo golo brasileiro e numa altura em que a equipa de Scaloni avançara no campo em busca do empate. Dani Alves parece ter atirado Aguero ao chão dentro da área do Brasil e Foyth, o lateral argentino, ficou a queixar-se em vez de perseguir Gabriel Jesus, que aproveitou o momento para ir por ali fora oferecer o 2-0 final a Firmino. “A carga foi tão, tão clara que Foyth nem conseguiu reagir quando percebeu que o árbitro não ia marcá-la”, afirmou a vítima, Aguero. “Incrível! Eu ia a correr e o Dani derrubou-me. Se é para isto que existe o VAR, eu prefiro que não exista. Sempre fica tudo bem mais limpo!”

Felizes da vida, os adeptos brasileiros estiveram-se nas tintas para as quezílias que envolveram os jogadores e dedicaram-se sobretudo a esculhambar o guarda-redes argentino, Armani. Incomodados com as suas preferências sexuais, resolveram gritar “bicha!!!” de cada vez que marcava um pontapé de baliza, soltando gargalhadas sonoras no fim. A CBF não tem motivos para sorrir: até agora, já desembolsou 15 mil dólares por causa do comportamento homofóbico dos seus apoiantes. Nova multa vem a caminho.