O ex-líder do PSD Luís Filipe Menezes foi alvo de uma denúncia anónima sobre alegados maus-tratos a crianças e idosos e está disponível para oferecer 2500 euros a quem lhe fornecer informação sobre o autor dessa “nova ofensiva”, que classifica como “nojenta e reles”.
O antigo presidente social-democrata publicou um texto nas redes sociais em que relata toda a história e conta que duas profissionais da Segurança Social efetuaram uma “vistoria” à sua residência para verificar a forma como tratava os menores e os idosos. “Vinham fazer uma vistoria à minha residência que, nessa denúncia, era referenciada como um local onde tratavam mal, desumanamente, idosos e ainda onde se encontravam crianças menores abandonadas. A missiva aconselhava que as crianças nos fossem imediatamente retiradas”, relata o ex-autarca, acrescentando que “as senhoras com mandado” entraram na sua casa com toda a liberdade e “certamente” perceberam a dedicação com que são tratados “os nossos velhinhos e as nossas crianças”.
Menezes classifica esta denúncia como um “ato inqualificável, repugnante e mais um veículo de uma perseguição contínua, ignóbil, baixa, própria de vermes”. E desta vez tenciona “ripostar com rigor e sem preconceitos a esta canalhice institucionalizada e organizada”.
Luís Filipe Menezes oferece “uma recompensa de 2500 euros” a quem lhe fornecer “informação fidedigna, sujeita a prova ou a indício muito forte, sobre a identidade do autor ou autores” desta denúncia anónima.
O objetivo do ex-presidente da Câmara de Gaia é utilizar essa informação para avançar com uma queixa-crime contra o seu autor. “Faço-o para o bem de toda a comunidade a que pertenço, que não pode andar permanentemente ao sabor desta pouca-vergonha. Será este o caminho que seguiremos no futuro sempre que a cobardia reles nos bater à porta”, justifica Luís Menezes, no texto que publicou na sua página de Facebook, no dia 13 deste mês. Ao i, o ex-líder do PSD lamentou que “o nosso país esteja a tornar-se um sítio estranho em que a pequenez e a maldade estrutural andam por aí à solta”.
Luís Filipe Menezes tem recebido várias mensagens de solidariedade desde que publicou este apelo nas redes sociais. O ex-autarca, que liderou a Câmara de Gaia durante 16 anos, afirma que, desde que abandonou a atividade política, tem sido “vilipendiado e perseguido de todo o modo e feitio”.
Menezes deixou a vida política depois de se ter candidatado, sem sucesso, à Câmara do Porto nas eleições autárquicas em 2013. Lançou recentemente o livro O Dia a Seguir – Nunca é Tarde Demais. Numa entrevista ao Sol, Menezes explicou que sentiu a necessidade de “exteriorizar” a sua experiência depois de abandonar a política ativa.
“Estive 14 anos, mais seis de curso, ligado à medicina. Estive posteriormente 22 anos na vida política a tempo inteiro. A passagem da medicina para a política foi acidental, mas assumida. A derrota de setembro de 2013 [nas eleições à Câmara do Porto] foi numa lógica de tudo ou nada, empurrou-me abruptamente e sem retorno para uma outra vida. Foi o início de uma experiência intensa, muitas vezes bizarra e riquíssima do ponto de vista humano, e senti a necessidade de a exteriorizar”, disse.