Porquê votar em Nuno Melo?

Porquê votar em Nuno Melo?


Continuo a acreditar num projeto europeu alicerçado nas Nações e nos seus Estados, e continuo a defender que a soberania nacional na defesa das pescas, da agricultura e da especificidade de muita da nossa indústria não pode ser posta em causa.


Se ao fim de tantos e tantos anos, as eleições europeias servem para tudo menos para discutir a Europa estamos conversados sobre quem é ou não é europeísta. Quando em Portugal, na França, em Espanha e em muitos outros países da União Europeia, primeiros-ministros, presidentes, líderes de partidos que se afirmam comprometidos com o projeto europeu, nacionalizam a campanha e falam de tudo menos do futuro da Europa, deveríamos perguntar ao Sr. Juncker quem são afinal os estúpidos. E devíamos também perguntar-lhe se são estúpidos os milhões de eleitores que não votam e se a inteligência dos operários e das pessoas mais desfavorecidas que hoje votam na extrema-direita e ontem votavam nos socialistas, simplesmente se evaporou. A verdade é que é sempre fácil apontar culpados para o nosso insucesso, mas não é honesto ignorar as nossas próprias responsabilidades quando os resultados não nos sorriem. E este é o grande erro do Sr. Juncker e dos seus aliados, este é o grande erro dos que têm sempre razão e que marginalizam quem pensa diferente. E porquê? Porque se esquecem que há cidadãos que não querem menos Europa, querem menos Bruxelas; porque ignoram que há cidadãos que não são contra a União Europeia, são apenas contra a uniformização regulamentar e a destruição das identidades próprias de cada Povo; porque propositadamente confundem a ausência de solidariedade com os refugiados e os migrantes, com o legítimo desejo de segurança e de estabilidade nos Estados europeus; porque impõem a aceitação da diferença de quem entra, sem cuidarem de defender a cultura e os costumes de quem recebe; porque, em suma, são intransigentes nas suas ideias e nas suas propostas e segregam quem possui uma opinião contrária. São eles os primeiros radicais da União Europeia, pelo que só se podem culpar a si próprios pelo surgimento de outros radicalismos.

Recordo-me bem do que disseram os antecessores do Sr. Juncker, quando em referendo os dinamarqueses votaram contra Maastricht, lembro-me do que afirmaram sobre Philipe Seguin, ao tempo líder dos gaulistas franceses, quando em França defendeu a Europa das Nações, não esqueço o que diziam da Sr.ª Thatcher, quando se insurgia contra a voracidade legislativa da Comissão Europeia, e tenho ainda presente como do alto da sua majestática sabedoria rotularam de antieuropeus os que em Portugal se afirmavam como europeus e soberanistas. Transformando em inimigos os que eram somente adversários, os radicais de Bruxelas têm sido os grandes coveiros da União Europeia, já que na ânsia de aniquilarem o que naturalmente distingue as Nações e os seus Povos fragilizaram o poder dos Estados nacionais, substituindo a partilha e a cooperação pela imposição da igualdade através da legislação.

E agora? O que fazer? Como votar? Pela minha parte votarei útil, votarei em Nuno Melo, votarei no CDS /Partido Popular. Hoje, como ontem, continuo a acreditar num projeto europeu alicerçado nas Nações e nos seus Estados e continuo a defender que a soberania nacional na defesa das pescas, da agricultura e da especificidade de muita da nossa indústria, não pode ser posta em causa. Acredito que o seu patriotismo aliado ao seu europeísmo será a mais firme forma de os conservadores portugueses se sentirem representados no parlamento europeu e na garantia da afirmação de um Portugal que sem deixar de ser Europa é, como sempre foi, Atlântico.

 

Ex-líder do CDS/PP