Diabo na Cruz chegam ao fim 11 anos depois

Diabo na Cruz chegam ao fim 11 anos depois


A banda vai continuar a dar concertos até setembro mas sem o vocalista, Jorge Cruz. 


Os Diabo na Cruz anunciaram esta terça-feira o final da banda que conta com 11 anos de carreira. De acordo com o agente, José Morais, a banda vai terminar esta digressão, que conta com mais 20 concertos até setembro, sem o vocalista, Jorge Cruz, depois de um acordo entre os vários membros.

“O Jorge já não se sentia bem a fazer o que fazia e o projecto chegou ao fim. Estava combinado que o disco [Lebre, de 2018] fazia o fecho, e depois os concertos, mas o Jorge achava que já não fazia sentido fazer esse papel”, disse o agente à agência Lusa.

Com a saída do vocalista, o guitarrista Sérgio Pires assumirá o seu lugar. Daniel Mestre junta-se à banda para substituir o guitarrista nos concertos restantes. Bernardo Barata, o baixista dos Diabo disse ao Público que a banda “está com vontade de partir a louça toda” nos restantes concertos.

Na página oficial de Facebook, a banda anunciou o final da carreira e agradeceu aos fãs que os têm vindo a acompanhar, ”com especial destaque para os fervorosos" com quem  "estabeleceram um vínculo inesquecível”.

 

Os fãs reagiram à publicação com tristeza e agradeceram o trabalho musical da banda, relebrando alguns dos concertos a que assistiram. Em muitos dos comentários pode-se ler que esta despedida é “um dia triste para a música portuguesa” e que a “música portuguesa fica mais pobre” com o final dos Diabo.

O álbum "Lebre", lançado em outubro, mostra uma imagem e contexto diferente do grupo. "Em dez anos as coisas mudaram bastante e aquilo que era muito 'punk rock' fazer-se, agora seria redundante” disse José Morais à agência Lusa. 

Em 2009, o álbum de estreia, "Virou!” apresentava uma "portugalidade estereotipada" que não era comum na música portuguesa para o agente da banda, mas hoje em dia “essa imagem estereotipada está em todo o lado, nas lojas de 'souvenirs'. José Morais afirma que atualmente Portugal é um país ‘”folclorizado’, gentrificado, para turistas, que tem uma economia virada para esse tipo de imagem estereotipada".

Esta mudança musical do país obrigou a banda a seguir um novo rumo. Na construção de “Lebre”, os Diabo na Cruz procuraram dar um “sentido de uma maior profundidade, um mergulho maior nas questões do interior, menos relacionadas com as cidades, […] nas questões mais perenes sobre laços, perguntas, dúvidas, de pertença".

A banda irá atuar no próximo dia 7 de Junho em Ílhavo, no dia 1 de Julho em Coimbra e no dia 8 de Agosto no Festival Bons Sons em Tomar. Veja aqui os restantes concertos do grupo.