Depois da paragem habitual no campeonato nacional de surf, a prova volta a entrar em ação este fim de semana, na praia de Matosinhos, no Porto. O Renault Porto Pro acontece entre hoje e domingo e marca a terceira etapa (de cinco) da prova, pelo que já é considerada uma das rondas decisivas na discussão do título.
Tanto assim é que entre os anos de 2012 e 2017, o vencedor do quadro masculino desta etapa acabou sempre por se sagrar campeão nacional (2017 – Vasco Ribeiro; 2016 – Pedro Henrique; 2015 – Frederico Morais; 2014 – Vasco Ribeiro; 2013 – Frederico Morais; 2012 – Vasco Ribeiro). Ainda assim, no último ano, este cenário não se verificou, com Miguel Blanco a ser coroado campeão pela primeira vez na carreira depois da vitória de Marlon Lipke no norte de país. É precisamente o surfista da Linha que chega a esta fase da prova como o líder do ranking Santander e, por isso, não podia estar mais motivado. “Sempre gostei muito do Porto. É uma cidade linda e com boas ondas. Chegar como líder do ranking ao Porto é positivo e ter uma vitória nesta etapa seria bastante importante”, confessou Blanco. Embora as estatísticas coloquem esta terceira ronda da prova como um capítulo que poderá vir a revelar-se decisivo para o desfecho da mesma, o campeão em título descarta essa pressão: “O ano é longo e ainda vai a meio. Vou encarar esta etapa a tentar dar o meu melhor”. Na antevisão da etapa, o jovem surfista sublinhou ainda a importância de a Liga continuar a passar pela Invicta. “É importantíssimo levar o surf nacional ao Norte, para tentar puxar um pouco pelo surf local e procurar que surjam cada vez mais talentos nortenhos. Condições não faltam, pois há ondas de qualidade. Por isso, esta passagem da Liga MEO Surf pelo Norte faz todo o sentido”, referiu. Esta será, de resto, a 14.a vez consecutiva que a praia de Matosinhos irá receber uma etapa do nacional de surf.
Ainda no plano masculino, uma referência para o regresso à competição de nomes como José Ferreira, vice-campeão nacional em 2016, Justin Mujica, campeão nacional em 2010 e Francisco Carvalho, um dos surfistas históricos do Porto da “Geração dos Esperanças”.
Yolanda lidera pela primeira vez No quadro feminino, destaque para uma novidade no topo da tabela: Yolanda Sequeira encontra-se a liderar pela primeira vez a prova e promete tentar novo triunfo no Porto. “Nunca tinha estado a liderar o ranking da Liga MEO Surf, mas vou com a mesma atitude para esta etapa, a tentar mostrar o meu surf e com expetativa de conseguir mais uma vitória”, revelou a surfista algarvia, que não escondeu a ambição na vontade de chegar a casa como líder. “Levar a licra Santander para o Algarve [onde se disputa a quarta etapa] seria um grande feito para mim. Ia ter um grande significado”, sentenciou a atual vice-campeã nacional. Note-se que, também no feminino, este Renault Porto Pro vai contar com regressos de peso, caso da campeã nacional em título, Camilla Kemp, e da campeã nacional de 2016 e 2017, Carol Henrique, ambas ausências de luxo na etapa anterior devido a compromissos internacionais.
O regresso ao Algarve Foi a grande novidade do calendário na edição deste ano. O regresso da etapa algarvia à Liga confirmou que a luta pelo título de 2019 passa a ser travada de norte a sul do país. Depois da etapa no Porto, será então disputada a Allianz Algarve Pro (21 a 23 de junho), quarta etapa da prova, que irá acontecer na praia do Amado, em Aljezur. “Estamos muito contentes por regressar ao Algarve e levar uma etapa da Liga MEO Surf ao sul do país. O Algarve é um dos polos mais importantes do surf nacional e esta é uma forma de darmos oportunidade aos surfistas algarvios de competirem na maior prova portuguesa”, realçou Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS), no arranque da temporada.
A última etapa (quinta) volta, como já tem vindo a ser habitual, a ter palco em Cascais, na praia do Guincho, em outubro.