Portugal recebeu mais 3,5% de hóspedes em março, num total de 1,8 milhões, mas registou menos 0,2% de dormidas, para 4,5 milhões, devido à quebra de turistas não residentes, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). No entanto, o organismo lembra que estes dados “estão condicionados” pelos diferentes meses das épocas festivas face ao ano anterior, beneficiando do Carnaval em março de 2019 (que no ano anterior tinha sido em fevereiro), e pelo efeito-base desfavorável da Páscoa em março de 2018 (quando este ano foi celebrada em abril).
As dormidas de residentes cresceram 4,8% – totalizando 1,3 milhões de dormidas –, quando tinham caído 3,8% em fevereiro. Já as de não residentes recuaram 2,2% – com peso de 70,4% em março –, mais do que a descida de 0,5% registada no mês anterior.
Também os proveitos no setor abrandaram ao crescerem 3,1% – quando em fevereiro tinham aumentado 4,2% –, atingindo 246,8 milhões de euros, enquanto os proveitos de aposento (176,2 milhões de euros) cresceram 1,4%, mas abaixo do aumento de 2,3% em fevereiro.
O INE diz ainda que, em março, a estada média (de 2,48 noites) reduziu-se 3,6%, em especial a dos residentes, que caiu 3%, enquanto a dos não residentes diminuiu 2,5%.
As dormidas na hotelaria (85,4% do total) registaram uma diminuição de 0,7% em março. Já as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (12,5% do total) cresceram 3,1% e as de turismo no espaço rural e de habitação (2% do total) aumentaram 2,1%.
Mercado brasileiro é o que mais cresce
O mercado espanhol (9,6% do total), tradicionalmente sensível ao “efeito Páscoa”, registou uma diminuição nas dormidas ao cair 28,6%. O mesmo cenário verificou-se com os hóspedes alemães (menos 8,4%) e com os franceses (menos 4,3%).
A contrariar esta tendência esteve o mercado brasileiro (6,2% do total de dormidas) ao apresentar um crescimento de 28,6%, enquanto o britânico (17,6% do total das dormidas) cresceu 1,6% em março e 2,5% nos primeiros três meses do ano.
Também em março registaram-se aumentos nos mercados chinês (mais 22,2%) e norte-americano (mais 20,4%).
Alentejo e Norte lideram subidas
O Norte e o Alentejo evidenciaram um aumento de dormidas (+4,1% e +2,7%, respetivamente), enquanto o Algarve e o Centro registaram variações negativas (-3,8% e -2,7%, respetivamente). No conjunto do primeiro trimestre realçaram-se os crescimentos no Alentejo (+5,4%) e no Norte (+4,1%).
Por municípios, Lisboa obteve 23,9% do total das dormidas em março e o Funchal concentrou 9,5% do total das dormidas.
Albufeira representou 10,1% das dormidas em março e o município do Porto acolheu 7% das dormidas totais.
Só no passado, este setor recebeu mais de 21 milhões de turistas nacionais e estrangeiros. Os dados do INE revelaram ainda que se assistiu a um crescimento no número de hóspedes, mas bem menos expressivo que em anos anteriores, tendo praticamente estagnado quando se olha apenas para os estrangeiros que visitaram o país. Os proveitos ascenderam a 3,6 mil milhões de euros, registando um aumento de 6%.