“Às vezes, compensa ser preso ou ficar em casa com pulseira eletrónica para gozar reforma dourada”

“Às vezes, compensa ser preso ou ficar em casa com pulseira eletrónica para gozar reforma dourada”


Ministra defende que prisão nem sempre é o pior castigo


A ministra da Justiça defendeu esta quinta-feira que a prisão não é o pior castigo para os criminosos de colarinho branco e que é preciso “bater-lhes onde mais dói”. De acordo com Francisca Van Dunem é preciso impedir que estes usufruam dos lucros dos crimes que cometeram.

De acordo com o jornal Público, a governante defende que é preciso que as autoridades atuem o mais depressa possível para ser detetado o paradeiro do dinheiro e dos bens que são provenientes de atividades ilícitas, de modo a que, posteriormente, possam ser apreendidos.

“Às vezes, compensa ficar três ou quatro anos na cadeia, ou em casa com pulseira eletrónica, para depois gozar uma reforma dourada com o dinheiro colocado lá fora”, disse a ministra, citada pelo mesmo jornal, na sede da Polícia Judiciária (PJ) em Lisboa, na apresentação de um estudo conjunto da PJ com a consultora Ernst and Young, sobre prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

Francisca Van Dunem garantiu ainda que a PJ se encontra plenamente capaz de combater a criminalidade económico-financeira e que, através do Fundo para a Segurança Interna, “adquiriu recentemente um equipamento que lhe permite analisar grandes quantidades de informação”.

Segundo o Público, Luís Neves, diretor da PJ, em 2018, a força policial apreendeu material no valor de quase 25 milhões de euros, entre viaturas, imóveis e participações sociais.

Este ano, nas operações realizadas já foram contabilizados mais de dez milhões de euros.