Um dos problemas mais difíceis de equacionar, em Democracia, é a questão da IGUALDADE, por que, em princípio, o que deve haver é “A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES”, matéria que levanta muitos problemas complicados, já que não há como assegurar essa “igualdade de oportunidades”. E não há, por que quem tem que assegurar e garantir, “essa igualdade”, é o Estado.
Aqui começam as dificuldades, já que é através da EDUCAÇÃO e da INSTRUÇÃO que tal objectivo poderá ser atingido.
Mas como é que isso poderá ser assegurado em condições de igualdade, se o Estado não pode controlar o que se passa na casa de cada família? É, de facto, através da Educação-Instrução, que se pode garantir uma certa “IGUALDADE DE OPORTUNIDADES”, mas não basta que isso esteja escrito, é preciso que tal objectivo possa ser aplicado, na prática, e aí, podemos constatar, que, de facto, tal igualdade só existe no plano teórico.
A questão começa em casa e acaba na Escola, ou seja, a Educação deverá ser recebida, em casa, e a Instrução na Escola. Mas é preciso não esquecer que ninguém pode dar aquilo que não tem!. E quem é que controla isso, em nome de quem, e autoridade para o fazer?.
Por outro lado temos uma grande diversidade de “Famílias”, como também diversidade de “Cultura” e Religião (ou sem ela), o que torna mais difícil o caminho para a igualdade. É evidente que é mais fácil chegar a Prof. Catedrático, sendo filho de um Catedrático, mas isso já não é uma questão de igualdade de oportunidades, já que estas só devem ser asseguradas para a Educação-Instrução, depois o que haverá é competição e isso até é estimulante e positivo.
O Estado só tem uma oportunidade para poder “nivelar” um pouco melhor a igualdade de oportunidades e dotar os cidadãos de uma certa HOMOGENEIDADE HETEROGÉNEA, ou seja, todos imbuídos com os mesmos princípios, com respeito pela Lei, etc…, etc…, mas com uma personalidade e um carácter próprios que distinga o modo pessoal da realização dessa maneira de viver e de estar em sociedade. E essa “oportunidade” seria o “Ano Propedêutico”, para rapazes e raparigas, depois do 11º Ano de Escolaridade (que seria o último do Secundário), em que o Estado teria a oportunidade de CORRIGIR certas assimetrias e desigualdades, modificando essa massa humana que chega a essa meta numa HETEROGENEIDADE HOMOGÉNEA, ou seja, todos desiguais em Educação, em princípios, respeito pelos outros e por sim próprio, só tendo de igualdade o facto de serem humanos.
Isto que acabou de ser afirmado, foi por nós constatado, por mais de 40 anos sucessivos, no Ensino Superior, que culminou com alguns alunos a cometerem fraudes (crimes) escolares, demonstrando falta de carácter e de princípios, com o objectivo de obterem graus académicos, sem qualquer mérito.
Pensamos que a experiência docente, de décadas, deveria ser aproveitada, pelo Estado, para ajudar as ditas autoridades, a aperfeiçoar o Sistema Educativo, como uma espécie de assessores “pro-bono”, todos aposentados, reformados e jubilados em prol do Sistema que seria uma acção gratificante, já que se consubstanciava num retorno ao Estado pelo que todos receberam dele. Gratidão, nunca fez mal a ninguém e, por outro lado, são os “velhos” que podem contar, de forma oral, a história do Ensino em Portugal, por que a que está escrita, relata o passado, a oral, relata o que se está passando…
Há que trabalhar para a igualdade de oportunidades, mas também no sentido de evitar as desigualdades.
As desigualdades combatem a Democracia, ou melhor, ajudam a derrubá-la, enquanto que a igualdade é verdadeiramente a meta da Democracia.
Sociólogo, escreve quinzenalmente