Os trabalhadores do BCP agendaram uma manifestação para o próximo dia 22, em frente às instalações do banco no Taguspark, em Oeiras, contra a “estagnação remuneratória”.
Recorde-se que, entre meados de 2014 e meados de 2017, os trabalhadores do BCP com remunerações acima de mil euros brutos mensais tiveram os salários cortados entre 3% e 11%, no âmbito do plano de reestruturação acordado com Bruxelas. Agora, os mais de 7200 trabalhadores do banco exigem que os salários sejam respostos.
A União dos Sindicatos Independentes (USI) esclerece, em comunicado, que o protesto é organizado pelos sindicatos Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e Independente da Banca (SIB), seus filiados, e ainda pelo Sindicato dos Bancários do Norte (SBN).
A USI salienta que que foi graças aos seus trabalhadores que o BCP "passou de uma situação precária de sustentabilidade para a apresentação de resultados positivos". "Não é admissível que a primeira preocupação a ter por parte dos órgãos de gestão, mal o quase afogado consegue vir à tona de água e respirar, seja manter a estagnação remuneratória e distribuir o positivo dos resultados atribuindo dividendos aos acionistas, como se só fosse de atender e privilegiar em exclusivo o capital", acrescenta.
"O Millennium BCP viu crescer a sua rentabilidade, num ano, em 79,7%, passando de um resultado líquido consolidado no primeiro trimestre de 2018 de 85,6 milhões de euros para 153,8 milhões de euros no primeiro trimestre de 2019", enquanto o volume de negócios consolidado "cresceu 4,1%, de 122,6 mil milhões de euros para 126,7 mil milhões de euros", refere o comunicado.