Pobreza. Cruz Vermelha de Braga diz que as coisas estão a melhorar

Pobreza. Cruz Vermelha de Braga diz que as coisas estão a melhorar


Cenário mudou com aumento do emprego e, com isso, foi possível reduzir as carências.


Os dados sobre a pobreza não são animadores, muito menos para as zonas Norte e Centro. No entanto, segundo a delegação da Cruz Vermelha de Braga, as coisas estão a melhorar em resultado da melhoria do ciclo económico, já que ela “permitiu haver mais emprego e assim reduzir as carências”, revelou ao i o diretor executivo adjunto, David Rodrigues. Quando questionado sobre o relatório que aponta para um agravamento da pobreza, especialmente no Norte, incluindo na populosa zona do Minho, David Rodrigues contrapõe que “não é essa a ideia que temos da atualidade, e nós estamos todos os dias e noites na rua”.

Com trabalho permanente na área social, incluindo o Centro de Acolhimento Temporário Francisco Alvim, a delegação de Braga da Cruz Vermelha Portuguesa tem monitorizado todos os sem–abrigo na cidade: há 21 pessoas a dormir na rua, a quem esta instituição presta um atendimento diário e direto. Além das 47 pessoas no centro de acolhimento, a Cruz Vermelha de Braga dá ainda apoio direto a 15 cidadãos e indireto a 150, segundo revelou ao i David Rodrigues. O centro de alojamento temporário, apesar de ter capacidade para 47 pessoas, conta com cerca de 100 utentes por ano.

As rondas – realizadas de dia e de noite – focam as pessoas que estão a dormir na rua com vista a serem encaminhadas para o centro de acolhimento, em Nogueira, na cidade de Braga. A maioria pernoita no Parque de São João da Ponte, Estádio 1.o de Maio, Santa Tecla, Universidade do Minho, na zona do Braga Parque, além do Campo Desportivo da Rodovia, central de camionagem, mercado municipal e centro histórico.

A Equipa de Intervenção Social Direta, que tem como objetivo dar uma resposta de alojamento, também tem vindo a intervir em situação mais críticas, como nos períodos mais frios. Um desses casos aconteceu em janeiro, quando foi levado a cabo um plano de contingência realizado pelo Serviço Municipal de Proteção Civil e pelo Gabinete de Ação Social da Câmara Municipal de Braga, criado no âmbito do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Concelho de Braga (NPISA). Esta ação pretendeu reforçar o apoio na rua, com a distribuição de bebidas quentes e agasalhos e com o encaminhamento dos sem-abrigo.

Segundo David Rodrigues, “a orientação da delegação da Cruz Vermelha de Braga tem como finalidade a intervenção junto das pessoas expostas a situações que ameaçam a sua sobrevivência com dignidade, caracterizadas por ausência ou insuficiência de condições sociais e económicas; a participação ativa em situações de emergência/socorro e transporte de doentes na área de intervenção; e apostar bastante na formação certificada”.

As áreas de intervenção não ficam por aqui. Conta ainda com uma creche com 80 crianças e outra creche INL com 38, a par de uma equipa de intervenção social direta com 170 utentes por ano, um serviço de apoio domiciliário que conta atualmente com 47 utentes e um Ponto Vermelho – Loja Social, onde cerca de dois mil clientes usufruem desta loja social e 300 pessoas recebem donativos todos os anos.

Ao nível da juventude, são apoiadas cerca de três mil crianças e jovens anualmente, com o projeto Educação para a Saúde a abranger uma média de duas mil pessoas. A cooperação internacional abrange 180 jovens por ano, enquanto o CLAIM – Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes realizou em 2018 um total de 151 atendimentos.