"Não houve crime doloso; não houve uma intencionalidade; não houve uma terceira pessoa a ir colocar uma chama num ponto de início, para dar início ao incêndio", afirmou Carlos Farinha, diretor nacional adjunto da Polícia Judiciária (PJ) à TSF acerca dos desenvolvimentos no âmbito da investigação ao incêndio de Monchique – que deflagrou a 3 de agosto do ano passado.
De acordo com o relatório do Observatório Técnico Independente (OTI) – órgão criado pelo Parlamento para assegurar o acompanhamento dos incêndios florestais -, “o combate aos incêndios de Monchique não teve em conta o comportamento das chamas”. No entanto, o documento realça "a intervenção musculada” da GNR durante o incêndio.
No relatório dos peritos do OTI, pode ler-se que apesar da causa do incêndio de Monchique ainda não ter sido confirmada, “as estatísticas sobre causas investigadas levam a encarar com grande preocupação as ignições causadas pela rede elétrica”.
O documento acrescenta pistas relativas ao contacto de árvores – “essencialmente eucaliptos” – com cabos da linha elétrica, apesar dos peritos esclarecerem que “a versão da EDP não aponta nesse sentido”.
Recorde-se que o incêndio durou duas semanas e destruiu 27.000 hectares da floresta algarvia.