Marquês. Decisão  de Ivo Rosa só será conhecida no início  de 2020

Marquês. Decisão de Ivo Rosa só será conhecida no início de 2020


Sócrates e Salgado são arguidos na Operação Marquês.


O debate instrutório da Operação Marquês terminará em junho, mas a decisão de Ivo Rosa quanto a levar ou não o caso a julgamento só será conhecida no início do próximo ano, sabe o i. Em causa está a complexidade do processo e a dimensão da matéria recolhida ao longo dos anos de investigação, que terá de ser analisada ao pormenor pelo juiz de instrução.

Em outubro do ano passado, Ivo Rosa já tinha alertado para a especial complexidade do processo, avisando que não conseguiria cumprir o prazo de quatro meses previsto por lei para a fase de instrução: “Tendo em conta a complexidade dos presentes autos, traduzida, não só pela dimensão do mesmo, mas sobretudo, pela natureza da criminalidade imputada aos arguidos e questões jurídicas suscitadas pelos requerentes de instrução, é possível concluir, desde já, que o prazo fixado na lei para a conclusão da fase de instrução não será conseguido”, refere o despacho a que o i teve acesso.

A Operação Marquês conta com 28 arguidos, acusados de 188 crimes. José Sócrates está acusado de 31. O Ministério Público acusa o antigo primeiro-ministro de um “conluio” com os outros arguidos praticamente desde que chegou ao poder, em março de 2005, para porem os recursos do Estado ao serviço dos seus interesses particulares e empresariais. Carlos Santos Silva, Ricardo Salgado, Armando Vara, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, são alguns dos outros arguidos envolvidos neste esquemas. O objetivo era fazer com que Sócrates exercesse o seu poder “condicionando a atuação do Estado” e de entidades que estavam na esfera pública, refere a acusação. Em 10 anos, os envolvidos conseguiram benefícios que ascendem os 84 milhões de euros.