Indo eu, indo nós…


A caminho de Jerez Apoiar nossa paixão Ai Miguel, lá vamos nós.


Depois da lonjura do Qatar, do périplo argentino e texano no outro lado do Atlântico, eis que chega o tão esperado fim de semana de 3, 4 e 5 de maio e, com ele, o primeiro GP do ano em terras da nossa Europa.

É pois hora d’embalar a trouxa e zarpar. Por esses dias, todos os caminhos irão dar a Jerez, seguirá a turba por atalhos, caminhos e estradas, chegando de todos os lados do mundo em direção àquela pequena grande terra do sul da vizinha Espanha.

Chegarão mil mais mil e outros tantos mil portugueses, ai se chegarão, vindos de tanto sítio, porque em todos os lugares eles vivem – do Porto e de Lisboa, virão ainda transmontanos de Bragança e de atrás do Marão, estudantes de Coimbra, escalabitanos, alentejanos e algarvios de suas cidades quentes e boas, beirões e minhotos, partirão eles de onde estiverem, e podem acreditar que tal será também a partir de França, Suíça, Holanda, Alemanha e Luxemburgo, da Inglaterra e outra Europa mais; alguns aterrarão vindos do Rio de Janeiro e de São Paulo, de Newark ou outras terras do Tio Sam.

Será uma interminável romaria feita em suas motas, em todo o tipo delas, com pendura, sem pendura, apetrechadas ou levezinhas, com sidecar ou em cima de atrelados, serão carros e autocarros, à boleia ou a dividir turnos de condução naqueles milhares de quilómetros, quererão todos apenas parar à chegada ao circuito, aos acampamentos, ao mundo sagrado do MotoGP.

E haja, não garantimos que sim nem que não, haja um portuga a chegar vindo da Lua e os quase 400 mil quilómetros serão feitos com o mesmo fervor e paixão de quem segue sua cruzada de apoiar o Falcão, de quem agitará a bandeira naquela bancada X3 carregada da mais empenhada devoção ao seu dileto menino Miguel Oliveira.

Olhamos hoje para trás e parece que já sabíamos, parece que confiávamos naquele menino traquinas que um dia disse que gostaria de ser como Il Dottore, esse Valentino de patamares divinos neste universo de tão restrito acesso.
Olhamos hoje para trás e justiça teremos de fazer, prestando honrosa saudação a quem cá anda desde sempre, aos gloriosos malucos das máquinas de duas rodas, utilizadores e seguidores, com quem hoje poderemos aprender, haja humildade que por vezes é sinónimo de inteligência, com quem hoje seguiremos gritando e apoiando, num crescendo de gente que parece acordar de uma letargia genética que tantas vezes nos leva a ignorar os nossos incansáveis e irredutíveis heróis.

Vai pejada a estrada para Espanha, vai sim.
Como pejado vai estando o caminho de outros corredores candidatos que, como o Falcão, vão trilhando as tão seletas curvas e contracurvas do estrelato, o caminho do mais duro labirinto que desemboca naquele circo de camiões, mecânicos, cientistas, engenheiros e gloriosos guerreiros das máquinas voadoras. De tão especiais máquinas voadoras.

Por tudo isto, e porque quereremos ser parte desta aldeia cada vez maior, desta aldeia que é já, e afinal, um molho de cidades e que desejamos vivida pelo país inteiro, que ampara este ídolo na batalha dos milésimos e da vida feita de prego a fundo, está bem na hora de começarmos a embalar a trouxa e nela não esquecer o braço que segurará a bandeira, a voz que gritará Miguel, o olhar que seguirá o felino 88.

E o coração, que baterá rápido na adrenalina da curva, que baterá vivo na emocionada paixão, que será um mais, apenas um mais num cada vez maior mundo deles, de corações, que batem pela mesma bandeira de xadrez que ao Falcão ditará justiça.

Por tudo isto, talvez seja até hora de olharmos para o amigo, o vizinho, o parceiro ocasional no balcão onde tomamos um café, e de perguntarmos, em género de desafio: “Olha lá… não queres dar um salto a Jerez?”


Indo eu, indo nós…


A caminho de Jerez Apoiar nossa paixão Ai Miguel, lá vamos nós.


Depois da lonjura do Qatar, do périplo argentino e texano no outro lado do Atlântico, eis que chega o tão esperado fim de semana de 3, 4 e 5 de maio e, com ele, o primeiro GP do ano em terras da nossa Europa.

É pois hora d’embalar a trouxa e zarpar. Por esses dias, todos os caminhos irão dar a Jerez, seguirá a turba por atalhos, caminhos e estradas, chegando de todos os lados do mundo em direção àquela pequena grande terra do sul da vizinha Espanha.

Chegarão mil mais mil e outros tantos mil portugueses, ai se chegarão, vindos de tanto sítio, porque em todos os lugares eles vivem – do Porto e de Lisboa, virão ainda transmontanos de Bragança e de atrás do Marão, estudantes de Coimbra, escalabitanos, alentejanos e algarvios de suas cidades quentes e boas, beirões e minhotos, partirão eles de onde estiverem, e podem acreditar que tal será também a partir de França, Suíça, Holanda, Alemanha e Luxemburgo, da Inglaterra e outra Europa mais; alguns aterrarão vindos do Rio de Janeiro e de São Paulo, de Newark ou outras terras do Tio Sam.

Será uma interminável romaria feita em suas motas, em todo o tipo delas, com pendura, sem pendura, apetrechadas ou levezinhas, com sidecar ou em cima de atrelados, serão carros e autocarros, à boleia ou a dividir turnos de condução naqueles milhares de quilómetros, quererão todos apenas parar à chegada ao circuito, aos acampamentos, ao mundo sagrado do MotoGP.

E haja, não garantimos que sim nem que não, haja um portuga a chegar vindo da Lua e os quase 400 mil quilómetros serão feitos com o mesmo fervor e paixão de quem segue sua cruzada de apoiar o Falcão, de quem agitará a bandeira naquela bancada X3 carregada da mais empenhada devoção ao seu dileto menino Miguel Oliveira.

Olhamos hoje para trás e parece que já sabíamos, parece que confiávamos naquele menino traquinas que um dia disse que gostaria de ser como Il Dottore, esse Valentino de patamares divinos neste universo de tão restrito acesso.
Olhamos hoje para trás e justiça teremos de fazer, prestando honrosa saudação a quem cá anda desde sempre, aos gloriosos malucos das máquinas de duas rodas, utilizadores e seguidores, com quem hoje poderemos aprender, haja humildade que por vezes é sinónimo de inteligência, com quem hoje seguiremos gritando e apoiando, num crescendo de gente que parece acordar de uma letargia genética que tantas vezes nos leva a ignorar os nossos incansáveis e irredutíveis heróis.

Vai pejada a estrada para Espanha, vai sim.
Como pejado vai estando o caminho de outros corredores candidatos que, como o Falcão, vão trilhando as tão seletas curvas e contracurvas do estrelato, o caminho do mais duro labirinto que desemboca naquele circo de camiões, mecânicos, cientistas, engenheiros e gloriosos guerreiros das máquinas voadoras. De tão especiais máquinas voadoras.

Por tudo isto, e porque quereremos ser parte desta aldeia cada vez maior, desta aldeia que é já, e afinal, um molho de cidades e que desejamos vivida pelo país inteiro, que ampara este ídolo na batalha dos milésimos e da vida feita de prego a fundo, está bem na hora de começarmos a embalar a trouxa e nela não esquecer o braço que segurará a bandeira, a voz que gritará Miguel, o olhar que seguirá o felino 88.

E o coração, que baterá rápido na adrenalina da curva, que baterá vivo na emocionada paixão, que será um mais, apenas um mais num cada vez maior mundo deles, de corações, que batem pela mesma bandeira de xadrez que ao Falcão ditará justiça.

Por tudo isto, talvez seja até hora de olharmos para o amigo, o vizinho, o parceiro ocasional no balcão onde tomamos um café, e de perguntarmos, em género de desafio: “Olha lá… não queres dar um salto a Jerez?”