Portugal bateu recorde de emissões de gases com efeito de estufa

Portugal bateu recorde de emissões de gases com efeito de estufa


Recorde aconteceu em 2017


Portugal registou um recorde de emissões de gases em 2017 devido à seca, aos incêndios e ao uso de carvão na produção de eletricidade, alerta a Zero.

"A seca, os incêndios e o uso de carvão na produção da energia elétrica levaram a um conjunto de recordes que não queremos que se repitam no futuro", disse à "Lusa" Francisco Ferreira, presidente da associação, que classifica a situação como dramática.

A Zero analisou os números levados por Portugal à Organização das Nações Unidas (ONU) e concluiu que houve "cinco infelizes recordes em 2017". Foi o ano com maiores emissões associadas ao uso do solo e floresta, com emissões positivas de 7,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono-equivalente, quando entre 2006 e 2016 o país tinha a capacidade de retirar da atmosfera 10 milhões de toneladas de dióxido de carbono em média, por ano.

Mas 2017 foi também o terceiro ano – desde que se começaram a fazer registos, em 1990 -, com maiores emissões de gases de efeito de estufa.

Esse ano foi ainda "o pior ano da presente década em termos de emissões associadas à produção de eletricidade devido ao extenso uso de carvão nas centrais térmicas de Sines e Pego, com emissões de 12,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono, o que representou 63% do total das emissões associadas à produção de eletricidade", lamenta Francisco Ferreira.

“[É preciso] dar passos concretos que permitam salvaguardar os solos e fomentar uma floresta resiliente”, defende o presidente da Zero, que pede ainda o fim da produção de eletricidade a carvão antes de 2030.