O despiste de um autocarro turístico na zona do Caniço, na Madeira, fez esta quarta-feira 28 mortos e 28 feridos. A informação foi confirmada pelo capitão José Dias da Proteção Civil da Madeira em conferência de imprensa ao início da noite. Em causa estava uma excursão de turistas alemães.
O acidente aconteceu numa curva junto ao entroncamento da Estrada da Ponta da Oliveira com a Rua Alberto Teixeira. O veículo, que seguia com 56 pessoas a bordo, despistou-se e caiu em cima de uma vivenda. Segundo disse à RTP Filipe Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, “várias pessoas foram retiradas para o hospital da Cruz de Carvalho (atual Hospital Central do Funchal) e algumas foram assistidas no local”. Já o responsável da Proteção Civil afirmou aos jornalistas que o autocarro que se despistou tinha cinco anos e que aparentemente “estava em segurança”. No entanto, deixou a ressalva ainda: é “prematuro estarmos a falar sobre isso”.
Quanto à resposta dada pelas autoridades, o capitão revelou que “desde o primeiro minuto” que há equipas de socorro no local. Além disso, foram também articulados esforços com “as entidades do Governo”, estando no local psicólogos para dar apoio aos feridos. “Temos pessoas a acompanhar” e pessoas que estão a “fazer a tradução”, afirmou, completando que o “acompanhamento tem sido feito desde o primeiro minuto”. Perante a situação de alarme, foi criada uma morgue provisória no aeroporto.
Passado Trágico
A última vez que a Madeira assistiu a um acidente mortal desta dimensão foi há 13 anos: a 23 de dezembro de 2005, um autocarro de turismo capotou em São Vicente e fez cinco mortos e três feridos graves, entre os quais um bebé de nove meses. As vítimas mortais eram quatro mulheres e um homem, todos de nacionalidade italiana. Antes disso, em 1984, a Madeira assistiu a outro despiste trágico: um autocarro de serviço público descia uma rua íngreme do Funchal quando os travões começaram a falhar. A viatura acabou por embater numa árvore.
O acidente fez dez mortos e vários feridos. Marcelo não foi à Madeira Assim que tomou conhecimento da tragédia na Madeira, o Presidente da República anunciou que se ia deslocar ao Funchal para dar apoio às famílias das vítimas. Contudo, depois do anúncio, o chefe de Estado revelou que afinal já não ia para a Madeira, para que o avião da Força Aérea Portuguesa pudesse ajudar no transporte de doentes para o Continente.
Em direto para a TVI24, o Presidente afirmou que tinha ideia de partir para a Madeira, mas foi “informado de que havia uma prioridade”. “É mais importante acorrer a feridos”, completou. Momentos antes Marcelo tinha revelado à SIC Notícias, que iria “visitar os feridos” e que iria estar o tempo que fosse necessário na Madeira, falando num “momento de consternação”.
O chefe de Estado disse ainda estar a “acompanhar a dor do povo madeirense e dos familiares das vítimas, a grande maioria de nacionalidade alemã”. “À Região Autónoma da Madeira e aos madeirenses queria exprimir o sentido profundo que é nacional”, adiantou o Presidente. Marcelo Rebelo de Sousa também transmitiu esta quarta-feira o pesar de todos os portugueses ao presidente alemão pelo sucedido no Caniço.