O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho garantiu segunda-feira, por escrito, à comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade, que o seu Executivo tomou medidas que permitiram uma poupança de entre 3100 e 3400 milhões de euros nos custos de produção de eletricidade, acrescentando que “o esforço realizado pelo Governo não ficou aquém do que estava previsto como necessário desde o início”.
Passos Coelho falou ainda da demissão do antigo secretário de Estado Henrique Gomes e assegurou que ela “não marcou qualquer ponto de viragem” no objetivo de reduzir os custos de produção de eletricidade do governo que liderou. “A demissão não marcou qualquer ponto de viragem na questão de princípio na necessidade de o governo pôr em prática um conjunto de medidas que diminuíssem os custos de produção de eletricidade e eliminassem progressivamente o défice tarifário sem implicar um aumento demasiado penalizador para os consumidores e para a economia”, disse.
Na perspetiva de Passos Coelho, a contribuição proposta por Henrique Gomes “não era compatível com a segurança desejada da operação de privatização” da EDP, o que poria em causa o encaixe financeiro necessário com este negócio.