A grande equipa que viu um buraco negro


Vimos ontem pela primeira vez uma imagem real de um buraco negro, uma evidência perseguida há décadas pela ciência.


“Vimos o que pensámos que não podia ser visto”, resumiu Sheperd Doeleman, um dos responsáveis pela recolha de dados e composição da imagem que mostra um círculo de luz e uma mancha negra ao centro, o “horizonte de eventos” a partir do qual tudo é sugado pela gravidade.

O resultado foi conseguido pela colaboração EHT – Horizon Telescope, descrita como um grupo de trabalho de colaboração sem precedentes, com mais de 200 investigadores de para cima de meia centena de instituições de 20 países, entre eles o português Hugo Messias, astrofísico no observatório ALMA, no Chile.

Encontraram uma forma engenhosa de captar esse mistério do universo, unindo a capacidade de oito grandes observatórios em quatro continentes para criar um telescópio virtual do tamanho da Terra e chegar assim ao coração de uma galáxia a uma distância de 55 milhões de anos–luz. Se a ciência continuará agora a analisar uma quantidade massiva de dados – e, para leigos na matéria, essa é uma discussão difícil de seguir –, não deixa de ser impressionante a mobilização em torno de um projeto e do sonho de conhecer mais, com os méritos distribuídos por todos os que participaram.

Nada teria sido possível sem uma “grande equipa”, sublinhou Sheperd, falando também do risco financeiro do projeto e insistindo que a ciência básica, mesmo que não produza resultados imediatos, é um caminho em que vale a pena investir. Com tantos desafios prementes, o sucesso desta grande equipa internacional é também uma prova de como a união de esforços derruba barreiras. Que o mesmo compromisso e empenho possa aplicar-se noutras áreas onde é preciso não deixar de inovar, de estratégias para um planeta mais sustentável à redução de conflitos e desigualdades.

Uma das frases lembradas ontem sobre a ciência dos buracos negros pertence a Stephen Hawking, que conseguia sempre ser desconcertante. “Os buracos negros não são tão negros como os pintam. Não são prisões eternas, como se julgava. As coisas podem sair do buraco negro tanto para o exterior como para outro universo. Se sentir que está num buraco negro, não desista. Há uma saída”. 

A grande equipa que viu um buraco negro


Vimos ontem pela primeira vez uma imagem real de um buraco negro, uma evidência perseguida há décadas pela ciência.


“Vimos o que pensámos que não podia ser visto”, resumiu Sheperd Doeleman, um dos responsáveis pela recolha de dados e composição da imagem que mostra um círculo de luz e uma mancha negra ao centro, o “horizonte de eventos” a partir do qual tudo é sugado pela gravidade.

O resultado foi conseguido pela colaboração EHT – Horizon Telescope, descrita como um grupo de trabalho de colaboração sem precedentes, com mais de 200 investigadores de para cima de meia centena de instituições de 20 países, entre eles o português Hugo Messias, astrofísico no observatório ALMA, no Chile.

Encontraram uma forma engenhosa de captar esse mistério do universo, unindo a capacidade de oito grandes observatórios em quatro continentes para criar um telescópio virtual do tamanho da Terra e chegar assim ao coração de uma galáxia a uma distância de 55 milhões de anos–luz. Se a ciência continuará agora a analisar uma quantidade massiva de dados – e, para leigos na matéria, essa é uma discussão difícil de seguir –, não deixa de ser impressionante a mobilização em torno de um projeto e do sonho de conhecer mais, com os méritos distribuídos por todos os que participaram.

Nada teria sido possível sem uma “grande equipa”, sublinhou Sheperd, falando também do risco financeiro do projeto e insistindo que a ciência básica, mesmo que não produza resultados imediatos, é um caminho em que vale a pena investir. Com tantos desafios prementes, o sucesso desta grande equipa internacional é também uma prova de como a união de esforços derruba barreiras. Que o mesmo compromisso e empenho possa aplicar-se noutras áreas onde é preciso não deixar de inovar, de estratégias para um planeta mais sustentável à redução de conflitos e desigualdades.

Uma das frases lembradas ontem sobre a ciência dos buracos negros pertence a Stephen Hawking, que conseguia sempre ser desconcertante. “Os buracos negros não são tão negros como os pintam. Não são prisões eternas, como se julgava. As coisas podem sair do buraco negro tanto para o exterior como para outro universo. Se sentir que está num buraco negro, não desista. Há uma saída”.