Wolverhampton.  A alcateia mascarou- -se de pesadelo para  os big six de Inglaterra

Wolverhampton. A alcateia mascarou- -se de pesadelo para os big six de Inglaterra


Os lobos de Nuno Espírito Santo falharam a final da Taça de Inglaterra, mas a eliminação não tira o mérito à equipa-sensação da Premier League, que roubou pontos aos seis grandes de Inglaterra, que tem perseguido na tabela.


Faltam seis jogos para o Wolverhampton fechar a época 2018/19, que marcou o regresso dos lobos ao principal escalão de futebol inglês, em que não estiveram presentes nos últimos sete anos (2011/12), altura em que terminaram a temporada no último lugar da tabela. Desde esse momento até ao verão passado, os wolves andaram pelo Championship e chegaram inclusive a ser despromovidos ao Football League One, que corresponde ao terceiro escalão em Inglaterra.

Nuno Espírito Santo passou a fazer parte desta alcateia mais recentemente, desde maio de 2017, altura em que o emblema inglês militava na 2.a divisão. Depois da saída do FC Porto, num ano em que não conseguiu impedir o Benfica de chegar ao inédito tetracampeonato, o treinador português foi anunciado como o novo treinador dos wolves.

Começa, de resto, desde muito cedo a dar nas vistas e conquista o Championship, que permite aos lobos a subida para a i divisão.

Já instalado na Premier League, o técnico português ajustou o plantel e tornou o Wolverhampton a equipa mais portuguesa de Inglaterra. Dos portugueses que competiram no Championship – Ivan Cavaleiro, Hélder Costa, Diogo Jota, Pedro Gonçalves, Rúben Neves, Rúben Vinagre e Roderick Miranda –, só este último não seguiu na comitiva rumo à i divisão. Chegaram, porém, outros dois portugueses aos wolves: Rui Patrício, que deixou o Sporting no pós-ataque à academia de Alcochete, e João Moutinho, que saiu do Mónaco para cumprir um dos objetivos de carreira, que passava por jogar na Liga inglesa.

São assim oito jogadores lusos na equipa, números que correspondem a 40% do plantel do Wolverhampton, que tem um total de 20 jogadores.

Os lobos não demoraram a atacar na sua chegada àquela que é considerada a liga mais competitiva do mundo e é por esse motivo que desde o arranque da competição têm dado que falar.

A equipa-sensação da prova, como os wolves são apelidados em Inglaterra, tornou-se um quebra-cabeças para os gigantes do futebol inglês e ameaça terminar a Premier League logo atrás dos big six.

 

Ataque aos gigantes

Recém-chegado à primeira Liga, o Wolverhampton travou logo o Manchester City, na 3.a jornada da prova, ao empatar (1-1) com o atual campeão de Inglaterra.

Se houve quem pensasse que não passaria de sorte de principiante, pouco depois, os comandados de Espírito Santo voltariam a carimbar novo empate a uma bola, desta feita diante do United, em Old Trafford. Os red devils foram, entre os grandes, o alvo preferido dos lobos, já que não conseguiram nenhuma vitória – depois deste empate, os wolves eliminaram o United nos quartos-de-final da Taça de Inglaterra (já lá vamos) e voltaram a vencer os diabos vermelhos, dias depois, na ronda 33 do campeonato.

Ainda antes deste duplo triunfo sobre o United, Espírito Santo e companhia empataram (1-1) com o Chelsea em Stamford Bridge (jornada 30); venceram o Liverpool (2-1) na terceira eliminatória da Taça inglesa; derrotaram (3-1) o Tottenham no campo dos spurs (jornada 20); bateram o Chelsea (2-1) na jornada 15; e empataram a uma bola no Emirates ante o Arsenal (jornada 12).

Contas feitas, o Wolverhampton já roubou pontos na Liga inglesa aos seis grandes da prova – com exceção para o Liverpool, que eliminou da Taça, e ainda pode, na verdade, vir a fazê-lo na Premier League, já que os reds são o último adversário dos lobos na competição (jornada 38).

É, aliás, por este percurso que o Wolverhampton surge na tabela imediatamente atrás destes big six. Os wolves ocupam atualmente o 8.o lugar, com os mesmos 47 pontos que o sétimo classificado, o Leicester City, que tem mais um jogo disputado.

Além da caminhada exemplar na Liga, o Wolverhampton esteve muito perto de fazer história neste domingo mas, desta vez, a sorte não protegeu os audazes.

Depois de terem estado com uma vantagem de dois golos, os lobos permitiram a reviravolta do Watford (3-2), já no prolongamento, e falharam assim a oportunidade de garantir a final da Taça de Inglaterra, que já tinha a primeira vaga ocupada pelo City de Bernardo Silva.

Porém, nem esta derrota deixa a máscara dos lobos cair, numa temporada em que certamente as expetativas foram ultrapassadas.

Faltam seis jogos para o Wolverhampton neste sprint final da época – Southampton, Brighton & Hove Albion, Arsenal, Watford, Fulham e Liverpool – e não há quem lhe tire o rótulo de equipa-sensação de Inglaterra. E mais portuguesa também.