ABBA. Here we (finally) go again?

ABBA. Here we (finally) go again?


Chama-se ‘I Still Have Faith in You’ e é o novo tema da banda sueca mais famosa de todos os tempos. Os ABBA anunciaram que, deste ano, o lançamento não passa. E  novo tema traz nova digressão, em que serão substituídos por… avatares.


Não gravam há 37 anos, data em que se separaram, mas o tempo não os vetou ao esquecimento. Os ABBA continuam a fazer parte do imaginário coletivo – culpa também do espetáculo teatral Mamma Mia! em cena há 20 anos no West End, em Londres, ou dos dois filmes de Hollywood (2008 e 2018) montados em torno do repertório dos suecos, e ainda dos cerca de 400 milhões de álbuns vendidos. Depois de reaparecerem pela primeira juntos em 2016, um momento que apanhou todos de surpresa, Björn Ulvaeus revelou na semana passada ao jornal dinamarquês Ekstra Bladet, que, em “setembro ou outubro deste ano”, vão lançar uma nova música. O tema já está gravado desde o ano passado – a banda já gravou até duas novas canções – e o lançamento já tinha sido anunciado para dezembro de 2018, durante um especial televisivo produzido pela NBC e pela BBC, mas o momento foi adiado. 

O novo tema chama-se I Still Have Faith in You e, segundo adiantou Ulvaeus, o atraso deve-se a problemas com os ‘Abbatars’. Quando reapareceram juntos, os ABBA anunciaram que estavam a trabalhar numa digressão virtual em que cada um dos membros da banda seria substituído por um avatar de si próprio – os ‘Abbatars’ – e terá sido este processo a atrasar o lançamento de I Still Have Faith in You. “Demora imenso tempo” fazer um vídeo com os Abbatars, pelo que o lançamento da música está a ser adiado “por todo este tempo”, explicou Ulvaeus. Segundo o cantor, o tema e o respetivo vídeo serão lançados em setembro ou outubro.

O segundo tema que o quarteto já gravou, Don’t Shut Me Down, deverá ser apresentado apenas na estreia da digressão ABBA Abbatar, que não tem ainda data marcada. Mas ao jornal sueco Expressen, Benny Andersson adiantou que a digressão se iria realizar ainda em 2019: “Vai demorar algum tempo, é preciso algum tempo para digitalizar uma cara (…), mas é excitante que seja tecnicamente tão avançado. Vai ser interessante”.

Terá sido esta digressão a inspirar os quatro elementos da banda – Björn Ulvaeus, Anni-Frid Lyngstad, Agnetha Fältskog e Benny Andersson – a lançarem-se na escrita e gravação de novas músicas para juntar aos seus antigos êxitos. “A decisão de avançarmos com a excitante digressão de avatares dos ABBA teve uma consequência que não esperávamos. Sentimos os quatro que, depois de 35 anos, poderia ser giro unirmos esforços novamente e partirmos para estúdio para gravar. Foi o que fizemos”, anunciou a banda em 2018, num comunicado que publicaram no Instagram. “Podemos ter mais idade, mas a música é nova. E sabe bem”, rematava a mensagem assinada por Agnetha, Benny, Bjorn e Anni-Frid.

Nunca dizer nunca Uma reunião que, no passado, parecia estar totalmente fora dos planos dos membros da banda. Em 2013, Agnetha Fältskog chegou a dizer à BBC que o reencontro era inviável e que preferia deixar o que tinha vivido com a banda no passado. “Já foi há tanto tempo, estamos a ficar mais velhos e cada um de nós tem vidas diferentes”, disse a cantora.

No entanto – e apesar de terem rejeitado contratos chorudos e o assédio para iniciarem uma nova digressão após o sucesso dos filmes que juntaram Meryl Streep, Pierce Brosnan, Amanda Seyfried e Colin Firth, entre outros, no grande ecrã – a banda foi surgindo esporadicamente junta, dando indícios de que a separação dos casais que acabou por ditar o ponto final (ou o ponto e vírgula no projeto) estava a ser superada. No início do milénio, tinham demonstrado de forma irresoluta que ainda não estavam preparados: em 2000, rejeitaram uma proposta de quase mil milhões de euros para se juntar numa tournée.

Os ABBA começaram a inscrever a sua história por todo o mundo em 1974, dois anos depois do aparecimento da banda, quando venceram o Festival da Eurovisão com o tema Waterloo. Mamma Mia, Dancing Queen, The Winner Takes it All ou Chiquitita contam-se entre os maiores êxitos da banda que tinha rompido em 1983, numa altura em que os casais BjorneAgnetha, Anni-FrideBenny estavam já separados. Águas passadas, resta saber se os novos temas conseguirão fazer jus aos êxitos de outrora.