Cavaco Silva acusou esta quarta-feira PS, PCP e BE de terem optado por degradar o Serviço Nacional de Saúde, devido a propósitos eleitoralistas. O ex-Presidente da República declarou ainda que isso é uma consequência das decisões erradas da maioria de esquerda, a pensar na conquista de setores do eleitorado.
"É claro que a degradação da qualidade dos serviços públicos de saúde se deve acima de tudo a decisões políticas erradas, tomadas provavelmente com propósitos eleitoralistas", afirmou o antigo líder dos sociais democratas, citado pelo Expresso, durante a apresentação do livro “A Reforma das Finanças Públicas em Portugal”, de Joaquim Miranda Sarmento, o porta-voz do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD e antigo assessor da Casa Civil de Cavaco Silva, durante o seu segundo mandato como Presidente da República.
Para o antigo Chefe de Estado, tanto a redução do IVA da restauração como a redução do horário semanal da função pública de 40 para 35 horas semanais são duas decisões erradas.
"Não posso deixar de ligar a perda de receita com a descida do IVA da restauração com a acentuada degradação da qualidade do Serviço Nacional de Saúde. Isto é, o benefício concedido ao setor da restauração está a ser pago pelos utentes do SNS sob a forma da degradação da qualidade dos serviços que são prestados aos utentes que não dispõem de rendimentos para recorrer aos hospitais privados: longas listas de espera nas cirurgias, nas consultas, nos exames de diagnóstico", afirmou ainda Cavaco Silva, de acordo com o mesmo jornal.
O antigo primeiro-ministro referiu ainda que "estas medidas profundamente injustas" foram aprovadas pela ‘geringonça’, concluindo que ilustra bem a hipocrisia de partidos que procuram iludir os portugueses com falsos discursos de defesa dos mais desfavorecidos na nossa sociedade."
"Por estas e por muitas outras”, concluiu Cavaco Silva, “só se deixa enganar quem quer ser enganado", que afirmou ainda ser indecorosa a “prática de jobs for the boys”.