A Defesa Nacional


Quando um ministro da Defesa vem, publicamente, afirmar “que não é favorável ao Serviço Militar Obrigatório”, pensamos, imediatamente, que a escolha do 1.º ministro não foi a mais adequada para a Defesa Nacional.


A Educação (aprendizagem) é obrigatória para todos os cidadãos.

Há vacinas que são obrigatórias para todos. É obrigatório conduzir veículos motorizados e não só, pela direita. É obrigatório entregar o documento do rendimento anual, para o IRS”.

Queremos com isto dizer que num país civilizado e democrático, há coisas que devem ser obrigação de todos os cidadãos, e não só de alguns, já que uma Nação caracteriza-se pela coesão social e solidariedade, entre todos os cidadãos, que devem ter, todos, as mesmas obrigações e os mesmos direitos e regalias.

No tempo em que o cumprimento do Serviço Militar era obrigatório, quem não o cumprisse pagava uma taxa anual, talvez para compensar essa perda, para a nação, e essa aparente vantagem para quem não o cumpria.

Aprendemos, desde criança, que a Defesa Nacional é uma tarefa de todos e para todos e que as Forças Armadas são o povo em armas, enquadrado, pelos militares de carreira.

Quando um ministro da Defesa vem, publicamente, afirmar “que não é favorável ao Serviço Militar Obrigatório”(Lx. 22/Fev./19), pensamos, imediatamente, que a escolha do primeiro-ministro não foi a mais adequada para a Defesa Nacional, já que, em nossa opinião, não é um tema que se possa colocar a referendo, perguntando aos jovens, ou à população, se querem ou não Serviço Militar Obrigatório, isto porque, há matéria em que a decisão tem que ser do foro exclusivo do Estado, representado aqui pelo Governo da nação, aonde, em teoria, estão ao mais preparados, não para agradar aos cidadãos, mas para proteger o Estado e a Nação, conservando e preservando a sua soberania, o seu estilo de vida, em suma, a sua Cultura, no sentido antropológico.

O Serviço Militar Obrigatório deve ser encarado como um serviço cívico, para a nação, mas também uma oportunidade de formação de carácter, complementar àquilo que o Ministério da Educação fez até aos 18 anos de idade dos jovens, não só a pensar num conflito armado, mas mais numa organização da sociedade em torno de um projecto de cooperação social em situações de excepção, em que se traduz absolutamente necessário, organização, colaboração, conhecimento do seu papel social, em casos de catástrofes, de acontecimentos e fenómenos, fora do normal, que exijam disciplina, espírito de camaradagem, de entre-ajuda, de altruísmo e, ao mesmo tempo, domínio de si próprio com controlo das emoções.

Isto só é possível através do Serviço Militar Obrigatório, enquadrado pelos Militares de Carreira, com formação técnico-científica.

Quando o actual ministro da Defesa vem dizer (22/Fev/2019) “que os portugueses devem conhecer as Forças Armadas”, só pode estar a brincar com coisas sérias, já que quem as conhece sabe que são absolutamente indispensáveis e mais, depois de lá se ter estado, integrado no cumprimento do Serviço Militar, percebe-se o erro, e o dano, que teria sido não ter tido essa Honra e esse Privilégio de “Jurar a Bandeira”!

“O Dia da Defesa Nacional”, só pode ser uma “PIADA”, mas umas férias de Verão (2 meses) isso sim já teria algum impacto, mas um ano seria o mínimo, até como porta de entrada para as Forças Armadas, de Segurança e para os vários Ministérios do Estado, além, claro para a Universidade com redução apreciável de propinas. E já agora, em nome da igualdade de género, seria obrigatório para ambos os sexos.

O ideal seria ter em cada cidadão um defensor de um Estado de Direito, com princípios, com dignidade, respeitando o semelhante, ajudando e cooperando com as autoridades, quando necessário, e”vestindo a camisola Portugal”, país democrático e livre graças à vontade e decisão dos seus Cidadãos.

NOTA – Proposta: o Ensino Oficial, Secundário, poderia voltar a ter só 7 anos (até ao 11º Ano), e o 12º seria “Serviço Militar Obrigatório”, versus “Serviço Cívico”, ou Ano Propedêutico com a duração de um ano lectivo.

Sociólogo

Escreve quinzenalmente