O Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas decidiu fazer um estudo para tentar estimar o grau de dependência de videojogos nas crianças portuguesas e eventuais impactos. As conclusões foram publicadas na edição de março da revista Acta Médica Portuguesa: 3,9% das crianças inquiridas revelaram comportamentos típicos de dependência e um terço (33,3%) foram consideradas em risco.
O estudo que agora publicam resultou da aplicação de um inquérito numa amostra de 152 alunos do sexto ano de duas escolas do concelho de Cascais, um trabalho em que contaram com o apoio de uma médica de família do centro de saúde local.
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O Questionário usado na investigação foi o seguinte:
1. Quando não estás a jogar videojogos, pensas nisso?
2. Ao longo do tempo sentes que tens estado a jogar cada vez mais horas?
3. Alguma vez tentaste jogar menos, ou por períodos mais curtos, e não conseguiste?
4. Quando não podes jogar videojogos sentes-te chateado, inquieto ou zangado?
5. Quando estás triste, chateado ou com algum problema, jogas mais?
6. Quando perdes, ou não consegues passar de nível, precisas de jogar de novo para tentar ganhar?
7. Alguma vez jogaste quando ninguém está a ver?
8. Para poderes jogar fazes alguma destas coisas: faltar as aulas, mentir, roubar ou discutir com alguma pessoa?
9. Para teres mais tempo para jogar alguma vez fizeste uma destas coisas: falhar os trabalhos de casa, saltar refeições, ir dormir mais tarde ou passar menos tempo com a família?
Questões adaptadas pelos autores com base nos critérios de dependência de jogo do DSM-5 – Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. Os alunos podiam responder a cada pergunta sim, não ou talvez. Cinco respostas afirmativas foram consideradas sinal de dependência de jogo. As crianças que responderam sim a quatro perguntas foram consideradas em risco de desenvolver uma dependência.