Durante estes anos de debate do Brexit a grande comunidade lusa no Reino Unido viveu uma situação de incerteza quanto ao seu futuro, desconhecendo que passos teria de tomar para continuar a residir no país, tal como a comunidade britânica em Portugal.
No entanto, o Governo português já afirmou, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que mesmo no caso de uma saída não acordada do Reino Unido da UE pelo menos “até 31 de dezembro de 2020 a situação mantém-se como está agora”. Santos Silva acrescentou ainda que após essa data o prazo de regularização “acaba a 30 de junho de 2021”, tendo os cidadãos portugueses “todos os seus direitos de europeus garantidos até perfazerem cinco anos de autorização de residência permanente”. Além disso, o Governo “aumentou em 25% os recursos humanos” da rede consular no Reino Unido, tal como os recursos informáticos disponíveis, tendo reforçado também o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
O plano de contingência português foi aprovado por unanimidade, estando alicerçado nas garantias dadas pelo Executivo britânico, que no caso de uma saída não-acordada poderá impedir a livre circulação de cidadãos europeus. O ministro dos Negócios Estrangeiros conta com a boa vontade britânica e assegurou: “Acreditamos nas garantias políticas dadas pelos nossos aliados”.
Já os cidadãos britânicos residentes em Portugal podem estar seguros, apesar dos atrasos na aprovação da sua isenção de vistos, que está prevista para 14 de abril. Segundo Santos Silva “não vamos pedir aos turistas britânicos que andem em Portugal a 13 de abril se têm ou não visto. Esperemos que o bom senso impere”. Não é claro se estas garantias informais chegarão para impedir a perda dos rendimentos portugueses provenientes do turismo britânico.