Campeonato. Suores frios, golos tardios… e o Braga está fora da luta pelo título

Campeonato. Suores frios, golos tardios… e o Braga está fora da luta pelo título


Minhotos deixaram fugir duas vezes a vantagem frente ao FC Porto e até perderam o terceiro lugar. Águias e dragões vão agora sós até ao fim


Muito dificilmente a jornada 27 da liga portuguesa podia ter sido mais emotiva. Golos madrugadores, golos tardios, penáltis, reviravoltas, expulsões e um candidato afastado e transformado em quarto classificado: houve mesmo de tudo.

Começou tudo ao início da tarde de sábado. Na Pedreira, em pleno coração do Minho, jogava-se um duelo que se poderia revelar decisivo para as contas do título – pelo menos no que respeitava às equipas em confronto: Braga e FC Porto. Entraram bem melhor os da casa, com Wilson Eduardo a bater Casillas logo aos cinco minutos. Aos 26, na sequência de um canto, Soares empatou, e foi com o 1-1 que chegou o intervalo.

Sérgio Conceição lançou Brahimi no descanso, mas voltou a ser o Braga a adiantar-se logo após o reatamento: Murilo driblou Éder Militão e Casillas e os guerreiros ficavam cada vez mais perto do topo. Ou… nem por isso. É que faltava ainda o terceiro ato, protagonizado por um nome improvável: Claudemir. O médio brasileiro, um dos jogadores em evidência na temporada bracarense, surgiu desta feita nos holofotes pela negativa, cometendo dois penáltis (primeiro sobre Militão, aos 69’, e dez minutos depois sobre Fernando Andrade). Alex Telles apontou a primeira – e lesionou-se nesse momento, tendo de ser substituído – e Soares assumiu a responsabilidade de cobrar a segunda e recolocar o FC Porto na rota do bicampeonato.

Já o Braga, que sofreu a terceira derrota contra os azuis-e-brancos noutros tantos jogos (e vem aí a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal), terá dito definitivamente adeus ao sonho do título mais uma vez. Pior: com o desaire, caiu mesmo para o quarto lugar, dada a vitória do Sporting em Chaves (1-3). O resultado, todavia, não espelha as imensas dificuldades por que passaram os leões, que até se deixaram empatar quando tinham mais uma unidade em campo.

 

O golaço e a polémica Foi Bruno Fernandes (quem mais podia ser?) a desbloquear, com mais uma bomba do meio da rua, num jogo onde Luiz Phellype deu finalmente um ar da sua graça, apontando o primeiro e o terceiro dos leões. Antes do apito final, como não podia deixar de ser, houve ligar a polémica: Manuel Mota expulsou Maras, central flaviense, mas mudaria de opinião após consultar o VAR, mostrando então o vermelho ao sportinguista Ristovski, que assim volta a falhar um jogo com o Benfica.

Por falar em Benfica, os encarnados vivenciaram bem maiores dificuldades do que certamente esperariam para a receção ao Tondela. Os comandados de Pepa apresentaram-se afoitos na Luz (onde até tinham vencido na temporada passada, por 3-2, no jogo que tirou de vez o sonho do penta às águias) e criaram até duas das maiores oportunidades do encontro: um remate em arco de Xavier, parado por uma estrondosa defesa de Vlachodimos, e um encosto de Patrick na pequena área, no último suspiro, que saiu por cima da barra.

O Benfica criou bem menos oportunidades do que é habitual, naquela que terá sido uma das piores exibições no consulado de Bruno Lage. Ainda assim, podia ter marcado nos primeiros 20’, não fosse Cláudio Ramos negar o golo no cara-a-cara com Rafa. O guardião internacional português voltaria a brilhar no último quarto de hora, evitando o que seria um golo monumental de Jonas. Não conseguiria, porém, travar o cabeceamento fulgurante de Seferovic, que havia sido lançado ao intervalo e acabou por entregar às águias os três pontos e o regresso à liderança a seis minutos dos 90. Destaque ainda para a estreia oficial do marroquino Taarabt pela equipa principal do Benfica, mais de três anos e meio depois de ter chegado à Luz.