É um dado adquirido no PS que o cabeça de lista do partido às Europeias está na calha para vir a ser o próximo comissário europeu. Pedro Marques prefere, para já, não se comprometer, porque “está concentrado em ter uma boa vitória” nas eleições de 26 de maio. Numa entrevista à RTP3, o ex-ministro limitou-se a dizer, na quinta-feira à noite, que “quanto mais força tiver o PS nestas eleições, mais força terá o primeiro-ministro para escolher a pasta”.
A pasta dos fundos estruturais será uma das hipóteses, mas Pedro Marques insistiu que é candidato ao Parlamento Europeu. “Eu, neste momento, estou concentrado em ter uma boa vitória para o meu partido”, declarou o candidato na referida entrevista, repetindo sempre a mesma ideia, apesar das várias perguntas sobre o assunto.
O ex-governante voltou a insistir que o que está em causa para a comissão europeia é a escolha do seu presidente, neste caso de Frans Timmermans, o nome apoiado pela família socialista europeia. A definição de pastas para a composição da Comissão Europeia será feita depois da escolha do sucessor de Jean-Claude Juncker.
Questionado sobre o resultado eleitoral, Pedro Marques não se alongou com números, mas assinalou que não tem problemas em ver o seu trabalho governativo escrutinado. “Não nos importamos nada que seja feita também uma avaliação do trabalho do Governo português. É habitual, é sempre assim”, argumentou, assumindo que o resultado das Europeias terá uma leitura nacional.
“Em determinados momentos criou-se aquela ideia de um cartão amarelo aos governos. Nós vamos de peito aberto a estas eleições”, assegurou o candidato, que jogou ao ataque contra os críticos. Pedro Marques disse que, não só tem obra para ser avaliada, como não encontrou trabalho relevante em termos europeus dos seus adversários. Pedro Marques acusou ainda o cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, de “calúnia” e fuga à discussão quando já existem debates marcados.