Miguel Oliveira parece estar cada vez mais confiante desde que iniciou o seu percurso em MotoGP. O piloto português entrou na categoria rainha do motociclismo com um discurso pouco contagiante (embora realista), mas tem vindo a criar mais expetativas relativamente à sua participação na próxima etapa do campeonato do Mundo de velocidade.
A menos de uma semana de entrar novamente em ação, desta feita no Autódromo Termas de Río Hondo, na Argentina, o piloto da Tech3 mostrou vontade de pontuar pela primeira vez na prova.
O almadense anteviu “um fim de semana positivo” em que espera “continuar a lutar a partir do ponto em que terminámos no Qatar, que foi pelos pontos”. “Esse continua a ser o meu objetivo, melhorar a minha condução e a minha relação com a equipa, com a mota e com a afinação geral do conjunto”, sublinhou Oliveira, que garantiu estar “pronto para voltar a lutar” pelos pontos.
à porta dos pontos Recorde-se que Miguel Oliveira fez a sua estreia no dia 10 deste mês, no Qatar, o primeiro GP do Mundial, em que terminou no 17.o lugar, ou seja, a duas posições dos lugares pontuáveis (grupo dos primeiros 15).
O almadense chegou, aliás, a rodar na 13.a posição, mas o desgaste do pneu traseiro a sete voltas do final impediu que fosse capaz de terminar dentro do top-15.
De notar contudo que, durante toda a pré-época, o atual vice-campeão de Moto2 fez questão de controlar as expetativas nesta temporada de rookie, pedindo calma aos portugueses e reforçando que o objetivo inicial passava por terminar as corridas.
A performance do jovem português foi, de resto, elogiada por Hervé Poncharal, proprietário da Tech3, que confessou ter ficado surpreendido com o ritmo e a capacidade de análise do piloto de 24 anos.
“Tenho de admitir que fiquei impressionado com o início de prova do Miguel Oliveira porque, no final da primeira curva, ele já tinha ultrapassado oito pilotos”, revelou. “Infelizmente, o ritmo imposto no início da corrida acabou por ter um preço no desgaste dos pneus, mas isso faz parte do processo de aprendizagem de um estreante em MotoGP. Apesar disso, o Miguel impressionou pelo ritmo demonstrado, pela sua calma e capacidade de analisar as coisas”, sentenciou o novo patrão do almadense.
Continuar a adaptação à RC16 Como tal, o processo de adaptação à nova moto (KTM RC16) continua a ser o principal objetivo para Miguel Oliveira, que irá, de resto, correr num traçado onde não efetuou testes. “Esta é a primeira pista em que vou correr sem ter testado antes. Teremos de nos adaptar rapidamente às condições do asfalto e ao traçado. Vamos tentar descobrir a mota, juntamente com a pista, sabendo de antemão que gosto bastante dela”, referiu o piloto luso.
Poncharal continua, como já tem sido hábito, muito realista em relação à equipa austríaca, que admitiu ainda não estar “em posição de lutar pelos cinco primeiros lugares”.
Espera, contudo, que Miguel Oliveira e o malaio Hafizh Syahrin, o outro piloto da equipa, terminem nos pontos e junto dos pilotos oficiais da KTM, o francês Johann Zarco e o espanhol Pol Espargaró.