O último concurso para a colocação dos médicos que terminaram a especialidade de Medicina Geral e Familiar em 2018 terminou com um terço das vagas por preencher. Segundo o JN, das 113 vagas, só 73 foram ocupadas.
Nos últimos anos, todos os concursos para recém-especialistas têm terminado com vagas por preencher e a ministra da Saúde já afirmou que um terço dos médicos que terminam a especialidade no SNS não ficam a trabalhar no Estado. Para a Associação Nacional de Medicina Familiar, o mais problemático são os lugares que ficam sistematicamente vazios. Neste momento, a região de Lisboa e Vale do Tejo é a mais desfalcada: há 692 mil pessoas sem médico de família, das quais 561 mil na região de Lisboa, revelam os últimos dados publicados pela tutela.
Para a associação, deve passar a haver recrutamentos próprios para as zonas com mais dificuldade em contratar. Hoje já há um incentivo financeiro para os médicos que se instalem nos centros de saúde mais carenciados. O ministério adiantou ao JN que há um grupo de trabalho a estudar soluções. Em comunicado, a Ordem acusou a ministra de empurrar os médicos de família para fora do SNS, ao ameaçar com “retenções obrigatórias” os recém-finalistas.