Com o coração nas mãos


O Benfica joga agora cada partida com o coração nas mãos. Depois da vitória no Porto, os benfiquistas convenceram-se de que o título estava no papo. Tinham recuperado sete pontos de atraso e ultrapassado o FC Porto no seu próprio estádio, daí para a frente seria um passeio triunfal. Nenhuma equipa os conseguiria parar.


Ainda por cima, a equipa praticava um futebol vistoso, com trocas constantes entre os avançados e muitas oportunidades de golo. Entravam no onze novos miúdos vindos do Seixal que de um momento para o outro ascendiam ao estrelato e eram cobiçados pelos tubarões europeus. João Félix, com os seus 18 anitos, já era dado como certo lá fora por 120 milhões. Era a euforia. A troca de Rui Vitória por Bruno Lage resultara em cheio! Tudo mudara para melhor.

Mas veio o jogo de Zagreb, em que o Benfica perdeu e não marcou. Foi um primeiro sinal de preocupação. Depois foi o balde de água gelada contra o Belenenses: no primeiro jogo que a equipa fazia depois de conquistar a liderança do campeonato, perdia pontos e via desaparecer a vantagem que tinha. E na primeira parte do jogo da Luz contra o Dínamo, as preocupações dos benfiquistas aumentaram: a equipa voltou a não marcar e, pior do que isso, não criou oportunidades de golo.

Na segunda parte, as coisas compuseram-se, com um golo de Jonas que forçou o prolongamento, e depois duas bombas que valeram a qualificação.

Os adeptos no geral saíram do estádio satisfeitos. Mas os mais atentos não deixavam de se inquietar. Na primeira mão, o Benfica não marcara; contra o Belenenses, um golo resultara de um remate de Jonas no limite da área e outro fora de Samaris num tiro de longe; e na segunda mão contra o Dínamo, a eliminatória fora decidida com um míssil de Ferro disparado de fora da área e um balão de Grimaldo atirado ainda de mais longe.

Onde estavam as célebres combinações entre os avançados, as movimentações estonteantes, as trocas de posição permanentes? O Benfica de Lage ter-se-ia perdido? A equipa voltava à sua apagada e vil tristeza?

Neste sentido, o jogo de ontem em Moreira de Cónegos era importante para esclarecer aquelas dúvidas. E esclareceu-as. Para alívio dos adeptos, a equipa voltou a funcionar, as trocas entre os avançados voltaram a ver-se, um jogo que se apresentava difícil transformou-se num agradável passeio. Os 4-0 não deixam lugar a dúvidas.

Mesmo assim, daqui até ao fim, o Benfica vai jogar cada jogo com o coração nas mãos. O fantasma de Belém não sairá da cabeça dos adeptos até ao último jogo.


Com o coração nas mãos


O Benfica joga agora cada partida com o coração nas mãos. Depois da vitória no Porto, os benfiquistas convenceram-se de que o título estava no papo. Tinham recuperado sete pontos de atraso e ultrapassado o FC Porto no seu próprio estádio, daí para a frente seria um passeio triunfal. Nenhuma equipa os conseguiria parar.


Ainda por cima, a equipa praticava um futebol vistoso, com trocas constantes entre os avançados e muitas oportunidades de golo. Entravam no onze novos miúdos vindos do Seixal que de um momento para o outro ascendiam ao estrelato e eram cobiçados pelos tubarões europeus. João Félix, com os seus 18 anitos, já era dado como certo lá fora por 120 milhões. Era a euforia. A troca de Rui Vitória por Bruno Lage resultara em cheio! Tudo mudara para melhor.

Mas veio o jogo de Zagreb, em que o Benfica perdeu e não marcou. Foi um primeiro sinal de preocupação. Depois foi o balde de água gelada contra o Belenenses: no primeiro jogo que a equipa fazia depois de conquistar a liderança do campeonato, perdia pontos e via desaparecer a vantagem que tinha. E na primeira parte do jogo da Luz contra o Dínamo, as preocupações dos benfiquistas aumentaram: a equipa voltou a não marcar e, pior do que isso, não criou oportunidades de golo.

Na segunda parte, as coisas compuseram-se, com um golo de Jonas que forçou o prolongamento, e depois duas bombas que valeram a qualificação.

Os adeptos no geral saíram do estádio satisfeitos. Mas os mais atentos não deixavam de se inquietar. Na primeira mão, o Benfica não marcara; contra o Belenenses, um golo resultara de um remate de Jonas no limite da área e outro fora de Samaris num tiro de longe; e na segunda mão contra o Dínamo, a eliminatória fora decidida com um míssil de Ferro disparado de fora da área e um balão de Grimaldo atirado ainda de mais longe.

Onde estavam as célebres combinações entre os avançados, as movimentações estonteantes, as trocas de posição permanentes? O Benfica de Lage ter-se-ia perdido? A equipa voltava à sua apagada e vil tristeza?

Neste sentido, o jogo de ontem em Moreira de Cónegos era importante para esclarecer aquelas dúvidas. E esclareceu-as. Para alívio dos adeptos, a equipa voltou a funcionar, as trocas entre os avançados voltaram a ver-se, um jogo que se apresentava difícil transformou-se num agradável passeio. Os 4-0 não deixam lugar a dúvidas.

Mesmo assim, daqui até ao fim, o Benfica vai jogar cada jogo com o coração nas mãos. O fantasma de Belém não sairá da cabeça dos adeptos até ao último jogo.