Com o Mundial de Fórmula 1 à porta começam a fazer-se as primeiras projeções, numa luta em que o duelo principal parece mesmo ir continuar a ser entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel.
O piloto britânico e o alemão têm dominado nos últimos anos a principal prova mundial de automobilismo, na qual têm vindo a dividir o título de campeão nos últimos nove anos – com exceção para o ano de 2016, em que o piloto alemão Nico Rosberg conquistou a prova pela primeira vez na carreira.
Descolar de Fangio
Lewis Hamilton, atual campeão em título, procura agora conquistar o hexacampeonato. Em 2018, o piloto da Mercedes fez história ao igualar o lendário piloto argentino Juan Manuel Fangio, vencedor em 1951, 1954, 1955, 1956 e 1957. Fangio esteve até 2018 isolado no segundo lugar da lista de mais titulados no Mundial de F1 – estatuto que agora partilha com o britânico.
Isto significa que, em caso de novo triunfo esta temporada, Lewis Hamilton não só descola do argentino como fica a apenas um título de atingir o piloto alemão Michael Schumacher, recordista absoluto da prova após sagrar-se sete vezes campeão da principal categoria do automobilismo (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004).
Aos 34 anos, Hamilton já garantiu que não vive obcecado por perseguir o registo do piloto alemão e chegou mesmo a admitir que a meta que sempre quis alcançar já está cumprida: conquistar três Mundiais de F1 como o brasileiro Ayrton Senna (1988, 1990, 1991), piloto que sempre foi a sua inspiração.
Apesar de negar que o seu objetivo passa por superar Schumacher, o piloto da Mercedes sabe que existe essa possibilidade. “As estatísticas de Michael são incríveis e ainda estão um pouco distantes, mas ainda estarei aqui por algum tempo, por isso vou continuar a trabalhar e a fazer o que mais gosto. Vamos ver onde isso nos leva”, dizia no final da temporada passada, após vencer o pentacampeonato.
Vencedor em 2008, 2014, 2015, 2017 e 2018, Hamilton já fez saber que se sente “melhor do que nunca”.
A missão, contudo, poderá não ser assim tão simples. Vettel, atual tetracampeão (2010, 2011, 2012 e 2013) é o principal adversário do britânico neste campeonato do Mundo que tem início marcado no domingo, na Austrália, primeira das 21 provas que integram o Mundial, que termina em Abu Dhabi, em dezembro.
O alemão tem como principal objetivo sagrar-se campeão pela primeira vez pela Ferrari, equipa italiana com a qual ainda não conseguiu conquistar nenhum título depois de ter deixado a Red Bull (com quem conquistou os quatro títulos entre 2010 e 2013). A Mercedes parte, de resto, como favorita depois de ter vencido os últimos cinco campeonatos, mas é indiscutível a força que a Ferrari tem vindo a ganhar – sobretudo nas duas últimas temporadas.
Verstappen ganha destaque O holandês Max Verstappen, de 21 anos, tornou–se o piloto principal da Red Bull, depois da saída do australiano Daniel Ricciardo da Red Bull para a Renault. Será, por isso, um ano em que Verstappen poderá afirmar-se, embora, diga-se, os motores Honda com que a marca austríaca se apresenta para este ano estejam a deixar muitas dúvidas relativamente às suas capacidades.
Além de Ricciardo, destaque ainda para a saída da Ferrari do finlandês Kimi Raikkonen, que foi substituído pelo monegasco Charles Leclerc, de apenas 21 anos, tornando-se o piloto mais jovem de sempre alguma vez contratado na história da scuderia. Mais: recorde-se que o ano passado ficou ainda marcado pela despedida do espanhol Fernando Alonso da categoria rainha do automobilismo, tendo sido substituído pelo compatriota Carlos Sainz na McLaren.
Esta foi, aliás, uma época agitada neste sentido, já que apenas a Mercedes (Lewis Hamilton e o finlandês Valtteri Bottas) e a Haas (o dinamarquês Kevin Magnussen e o francês Romain Grosjean) mantiveram os seus pilotos.