É a segunda notícia no espaço de uma semana a dar conta do desaparecimento de embalagens do circuito nacional de medicamentos. Ontem ficou a saber-se que desapareceram do distribuidor 68 unidades do medicamento Tivicacy 50 mg – um fármaco que é usado em combinação com outros medicamentos ajuda a tratar pessoas infetadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).
Contactada pelo i, fonte do Infarmed afirmou que as causas para o desaparecimento dos medicamentos ainda são desconhecidas. Contudo, a mesma fonte adiantou que já estão a ser desenvolvidas investigações juntamente com a Polícia Judiciária (PJ) para perceber como é que foi possível isto acontecer.
“Atendendo a que não se pode afastar a possibilidade das unidades do lote acima referido serem transacionadas no circuito legal, no caso de se verificar a deteção, cedência ou aquisição de unidades do lote” do medicamento mencionado, “deverá ser investigada a sua proveniência, nomeadamente se a origem é de um distribuidor autorizado pela Infarmed, e comunicada a este Instituto qualquer suspeita sobre a autenticidade das mesmas”, pode ler-se no comunicado do Infarmed.
Os dois casos são coincidência Ontem, a ministra da Saúde, Marta Temido, falou sobre os dois desaparecimentos à margem da inauguração do centro de saúde do Cadaval, Lisboa. A ministra disse que estes dois casos não passam de uma coincidência.
“Há coincidência de haver dois casos que, num curto espaço de tempo, ocorreram e foram noticiados, mas não há nota de que seja mais do que uma coincidência temporal e o resultado do trabalho de avaliação do que são os incidentes nesta área”, afirmou Marta Temido aos jornalistas. Não existe “nada de extraordinário a relatar”, adiantou.
A ministra disse ainda que não vão ser tomadas outras medidas de prevenção, acrescentando que o que é preciso agora é que o seu gabinete e o Infarmed façam “o acompanhamento da situação”.
Na semana passada o Infarmed deu nota do desaparecimento do distribuidor 430 unidades de Fentanilo Basi – um analgésico usado para aliviar a dor durante um curto espaço de tempo, num período pós-operatório ou então como um componente analgésico.
Quanto a este caso, Marta Temido, explicou que o que se passou “foi o desaparecimento, eventualmente um furto, num distribuidor”. Relativamente ao desaparecimento do medicamento usado para tratar o VIH, a ministra revelou que ainda “estão a ser apurados os seus contornos”.
O Ministério da Saúde “está atento”, deixou claro Marta Temido. “Estamos a falar de medicamentos que inspiram determinados cuidados em termos de segurança [na forma] como são utilizados, mas para já é o trabalho de acompanhamento constante com o Infarmed”, completou.
A governante admitiu ainda que a falta de medicamentos nas farmácias se deveu ao facto de terem existido “falhas na distribuição”, mas sublinhou que estás já foram superadas “com a substituição por outros medicamentos alternativos”.
Note-se que neste último caso estão em causa então 68 unidades do medicamento Tivicay 50mg, comprimidos, com o número de registo 5590047, pertencentes ao lote n.º XH2H, prazo de validade 04/2023.