Europeias. Mota Amaral só aceita ficar nas  listas até ao quinto lugar

Europeias. Mota Amaral só aceita ficar nas listas até ao quinto lugar


Antigo presidente do parlamento foi indicado pelo PSD/Açores para a equipa de candidatos e obrigou Rui Rio a um autêntico quebra-cabeças


O PSD reúne hoje em conselho nacional para aprovar a lista para as eleições europeias com uma certeza: Rui Rio guardou os convites para os últimos dias e tem um problema para resolver com os Açores. Mota Amaral, o antigo presidente do parlamento, explicou ao i as condições que colocou para integrar a equipa. Abaixo do quinto lugar, não ficará. Se lhe for proposta outra solução, o desfecho é simples: “Parti para outra.”

De acordo com informações recolhidas pelo i, terá havido conversas entre o PSD/Açores, que propôs o nome de Mota Amaral, e a direção nacional do partido, mas Rui Rio terá feito saber que não tinha margem de manobra para colocar o candidato do PSD/Açores nas posições cimeiras. Ou seja, a solução seria o oitavo lugar, uma situação que colocaria Mota Amaral em lugar não elegível, a avaliar pelos últimos resultados das europeias de 2014.

Mota Amaral nem falou diretamente com o presidente social–democrata sobre o assunto, até porque “foi o PSD/Açores que o tem estado a assediar para esse objetivo”, conforme confidenciou ao i. Mais: assegurou que “não fez fez qualquer diligência para ser candidato europeu”. Por isso, Mota Amaral quis esclarecer as suas próprias condições nas conversas que manteve com Alexandre Gaudêncio, presidente do PSD/Açores. “Eu não aceito o convite dele para fazer questão em ser o primeiro da lista, o segundo, o terceiro. Eu vou atrás da Madeira, mas vou até ao quinto lugar. Do quinto lugar para baixo, não vou”, afiançou o antigo deputado e líder regional açoriano, garantindo sempre que irá no lugar atrás da candidata da Madeira “humildemente”. A candidata indicada pelo PSD/Madeira é Cláudia Monteiro de Aguiar e o presidente regional madeirense, Miguel Albuquerque, já terá assegurado uma posição elegível, ou seja, o sexto lugar.

Com este cenário, será uma missão quase impossível colocar Mota Amaral na lista.

O presidente do PSD tem feito alguns convites, amiúde, e surpreendeu tudo e todos ao escolher Lídia Pereira, presidente da Juventude do Partido Popular Europeu (YEPP), como número dois de Paulo Rangel.

O nome de Lídia Pereira, de 27 anos, já era apontado há uma semana como uma forte hipótese para integrar a lista em lugar elegível, mas ninguém no PSD apostou que fosse a segunda candidata da equipa social-democrata.

A ordenação da lista completa só hoje deverá ficar fechada, em cima da reunião da comissão política, que se realiza antes do conselho nacional, marcado para a cidade de Coimbra. Mas, de acordo com informações recolhidas pelo i , o presidente da distrital de Braga e eurodeputado, José Manuel Fernandes, deve constar novamente na equipa, e o autarca Álvaro Amaro também é uma forte possibilidade.

Está ainda em aberto, segundo apurou o i , a hipótese de o antigo ministro-adjunto Miguel Poiares Maduro vir a integrar a lista. Tudo dependerá da sua disponibilidade e o próprio pouco ou nada tem dito sobre o assunto. O nome da antiga ministra da Ciência e Ensino Superior Maria da Graça Carvalho é outra das hipóteses também em cima da mesa, mas tudo vai depender da ordenação final que o presidente do PSD quiser dar à equipa que hoje irá a votos no conselho nacional. Acresce também que Rio tem centrado em si todo o processo, sobretudo para evitar, por um lado, fugas de informação, e, por outro, para gerir eventuais recusas de lugares para uma eleição que se prevê muito concorrida.