Os guardas prisionais de serviço durante a madrugada de ontem na cadeia de Custoias, em Matosinhos, apreenderam um drone com telemóveis e respetivos carregadores, tendo atuado rapidamente de forma a identificar os remetentes e os destinatários da “encomenda”.
Segundo apurou o i, eram cerca das três horas da madrugada quando, através de vigilância eletrónica, os guardas se aperceberam de que o drone entrou no espaço aéreo do pátio comum do Estabelecimento Prisional do Porto. O aparelho trazia um saco de plástico, suspenso através de um cordel, que seria para entregar a um recluso que se encontrava à espera na janela da sua cela, virada para essa zona exterior. Confrontados com esta situação, os guardas intervieram de imediato e apreenderam os telemóveis e os carregadores, bem como o saco de plástico e o aparelho.
Assim que detetaram a aproximação do drone, os guardas deixaram que fosse manobrado de modo a apanhar em flagrante a ocorrência e proceder à apreensão da mercadoria. Foi possível desta forma chegar até ao seu operador, tratando-se, tal como o recluso destinatário, de um indivíduo conotado com o crime violento.
Para além da apreensão, os elementos do Corpo da Guarda Prisional têm vindo a tomar uma série de medidas de segurança para lidar com este tipo de ocorrências, uma vez que poderão ser atacados pela calada da noite. Enquanto não se legislar no sentido de tais aparelhos poderem ser de algum modo abatidos ou neutralizados, “com meios técnicos eficientes e seguros”, fontes ligadas aos meios prisionais admitem que este é um risco, aguardando-se “uma resposta mais assertiva da tutela”.
Não é a primeira vez que são usados drones para entregar encomendas nas prisões, uma prática que vem sendo denunciada a nível internacional. Em 2016, as autoridades britânicas confiscaram uma “quantidade substancial” de estupefacientes e telemóveis que seguiam a bordo de um drone para a prisão de Pentonville, em Londres. Em fevereiro foi detetado um caso semelhante de contrabando na prisão de Vale dos Judeus, em Alcoentre, o que levou os guardas a reclamar formação para lidar com estes casos.