A falta de confiança na Boeing voltou a sobrevoar a bolsa e as ações caíram pelo segundo dia consecutivo.
Esta terça-feira, até à hora de fecho do jornal, as ações registavam uma queda de 7,03%. Na abertura da sessão, estas valiam 384,71, uma queda de 2%, mas à medida que as notícias que davam conta da perca de confiança de alguns países vieram a público, a empresa viu as cotações caírem a pique até aos 371,66 dólares.
As quebras não são novidade para a multinacional norte-americana que, no primeiro dia de negociações depois do acidente da Etiópia, registou um recorde negativo que não era sentido desde o primeiro dia de atividade bolsista depois do ataque de 11 de setembro de 2001 às torres gémeas. Na segunda-feira, estas caíram mais de 5%. No total dos dois dias, a empresa já perdeu cerca de 30 mil milhões de euros.
No entanto, não é só com as ações que a empresa tem de se preocupar. A Europa e o mundo estão a reagir e a interditar o espaço aéreo depois do acidente com um Boeing 737 Max 8 da Ethiopean Airlines que matou 157 pessoas na Etiópia. O segundo no espaço de cinco meses.
A União Europeia encerrou todo o espaço aéreo a este modelo. A decisão por parte da Agência Europeia de Segurança da Aviação Civil (EASA) foi tomada depois de alguns países como o Reino Unido, Alemanha, França e Irlanda terem dado o primeiro passo e vedado os céus.
Ao i, a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) remeteu para o comunicado publicado no site oficial onde informa que o espaço aéreo nacional ficará interdito aos Boeing 737 Max 8 e Max 9. O espaço aéreo oceânico fica “condicionado à aceitação expressa dos prestadores de serviços de navegação aérea dos espaços adjacentes”.
Mas não é só com este conjunto de países que a Boeing terá de se preocupar. A China, Mongólia e Indonésia abriram as hostilidades, seguiu-se Singapura, Austrália, Malásia, Omã e Coreia do Sul.
Além de alguns dos países com os aeroportos mais movimentados do mundo, há também companhias que demonstram preocupação. No total são cerca de 50 as que usam o aparelho. São quase metade os aviões Boeing 737 Max 8 com atividades suspensas. Operadoras como a Tui group ou a Norwegian Air, vêm-se obrigadas a parar a circulação deste modelo em países como o Reino Unido.
Por outro lado, a American Airlines e a Air Canada, por exemplo, mantém a confiança e a circulação deste modelo. Os Estados Unidos obrigaram a empresa a modificar estes modelos até abril, não tendo suspendido, ainda assim, o espaço aéreo norte-americano. A AESA informou que está a investigar o caso em conjunto com os Estados Unidos.
A Boeing já reagiu através da conta da rede social Twitter, onde afirmou que a “segurança é a prioridade número um”. “Continuaremos a interagir com eles [agências reguladoras] para garantir que têm as informações necessárias para confiar na operação das suas frotas”, explicou.