Neto de Moura terá encoberto ameaça com catana, defende APAV

Neto de Moura terá encoberto ameaça com catana, defende APAV


 “O escamoteamento de partes da matéria dada como provada em julgamento levou à redução da pena e do prazo de suspensão”, diz a associação


A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) apontou falhas ao acórdão de Neto de Moura que determina a retirada da pulseira eletrónica a um agressor. A APAV diz que o juiz escondeu uma ameaça à “vítima com uma catana” – ameaça essa que tinha sido dada como provada. A associação pede ainda que seja aberto um inquérito disciplinar.

No documento entregue ao Conselho Superior de Magistratura e publicado no seu site oficial, a associação considera que no acórdão houve "minimização do impacto e das consequências da violência doméstica" existindo um "desconhecimento de características e aspetos básicos relativos a este fenómeno". "O escamoteamento de partes da matéria dada como provada em julgamento levou à redução da pena e do prazo de suspensão", adiantou a APAV.

A associação considera ainda que estas falhas "devem preocupar a entidade", neste caso o CSM, "cuja missão é a de inspeção da ativiade dos magistrados judiciais". 

Recorde-se que Neto de Moura foi o autor de alguns acódãos polémicos em casos de violência doméstica. A mais recente polémica em torno do juiz rebentou na semana passada quando Neto de Moura revelou que vai processar políticos, jornalistas e humoristas por ofensa à honra pessoal e profissional. 

Soube-se ainda na semana passada que o juiz vai deixar de julgar casos de violência doméstica. O presidente do Tribunal da Relação do Porto transferiu Neto de Moura para a secção cível daquele tribunal – secção essa que não analisa processos-crime de violência doméstica.