Catalunha. Ex-presidente no exílio vai concorrer às eleições europeias

Catalunha. Ex-presidente no exílio vai concorrer às eleições europeias


Puigdemont escapou ao julgamento em Madrid e pretende dar visibilidade à luta independentista


O ex-presidente da comunidade autonómica catalã, Carles Puigdemont, que vive no exílio na Bélgica, anunciou este domingo que vai concorrer às eleições europeias como principal candidato do partido Junts per Catalunya (JxCat). A candidatura de Puigdemont ao Parlamento Europeu tem como propósito “tomar outro passo para internacionalizar o direito à autodeterminação da Catalunha a partir do coração da Europa para todo o mundo”, escreve o próprio no Twitter. Pretende ainda manter e cimentar a aliança no parlamento europeu com os nacionalistas bascos.

Puigdemont fugiu de Espanha em outubro de 2017, após Madrid ativar o artigo 155 da Constituição, que impõe controlo direto do governo sobre as regiões autónomas em caso de incumprimento da constituição. O ex-presidente catalão quis evitar ser preso por declarar unilateralmente a independência da Catalunha, depois da vitória do “sim” no referendo à independência. Puigdemont e outros cinco líderes catalães no exílio podem enfrentar penas de prisão por rebelião caso regressem a casa. 

Vários jornais espanhóis avançam a possibilidade que o ex-presidente catalão não possa tomar funções caso eleito para o parlamento europeu, dado que teria de regressar a Espanha para tomar posse. Em dezembro de 2017 Puigdemont tentou voltar a concorrer ao governo da Catalunha, mas foi proibido pela justiça espanhola de assumir funções de fora do país.

O ex-presidente da Catalunha foi alvo de um mandato europeu, colocado de lado em julho, por parte de um tribunal alemão que recusou extraditar Puigdemont pelo crime de rebelião.

Outro líder catalão candidato ao parlamento europeu é Oriol Junqueras, do partido independentista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que enfrenta julgamento em Madrid, juntamente com outros 11 políticos catalães. Caso Junqueras seja eleito, parece improvável que possa tomar funções.