Cinema Monumental. Especial prometido é especial cumprido

Cinema Monumental. Especial prometido é especial cumprido


Desde o início deste mês que ir ao cinema se tornou ritual (ainda mais) especial. Sobretudo quando a sala for o Monumental, em Lisboa, que inicia em março a programação especial para sábados e domingos, na sua sala mais nobre. Entre estreias e antestreias – como a do mais recente filme de João Salaviza e…


A Estação do Diabo,  Lav Diaz Filme inaugural da programação de estreias do Monumental, “A Estação do Diabo” recua ao período mais negro da história das Filipinas no último século: a ditadura de Fernando Marcos, que durou entre 1965 e 1986. A partir de histórias reais, o profícuo e aclamado realizador filipino conta a história de amor entre um poeta, professor e ativista, Hugo Haniway, e a sua mulher desaparecida depois de ter aberto uma clínica numa aldeia na selva filipina. Se os filmes de Lav Diaz são conhecidos pela sua extensa duração, não serão exceção os 234 minutos ao longo dos quais se desenrola esta “ópera-rock a preto-e--branco”, num “manifesto político contemporâneo cantado a capella”.

Dias 9 e 31 de março

A Lagosta, Yorgos Lanthimos A propósito de “A Favorita”, o drama em torno da disputa de poder entre duas mulheres pelo favoritismo de Ana da Grã-Bretanha, no séc. XVIII, com que Yorgos Lanthimos se estreou nos filmes de época, o Cinema Monumental repõe, na secção “Rever”, dedicada a filmes e realizadores premiados que merecem voltar a ser vistos e revisitados, um dos mais incontornáveis filmes do realizador grego: “A Lagosta”. Estreado em Cannes em 2015 e protagonizado por Colin Farrell e Rachel Weisz, “A Lagosta” transporta-nos até uma realidade distópica, num futuro próximo, numa espécie de ensaio sobre o amor e as relações.

Dia 9 de março

Roma, Alfonso Cuarón Se a oportunidade para assistir ao badalado filme do grande vencedor destes Óscares numa sala de cinema não foi para todos, uma reposição do filme que catapultou a Netflix para o circuito dos festivais (“Roma” ganhou o Leão de Ouro na última edição de Veneza) e para os Óscares não é coisa que se desperdice – e serão várias ao longo do mês. Mesmo que continue disponível na Netflix este filme com que o realizador (também argumentista e ainda diretor de fotografia) regressou pela primeira vez ao México em 17 anos, para um filme a preto-e-branco e com um elenco com não atores, naquela que é a obra mais pessoal da sua filmografia.

Dias 10, 16, 23 e 31 de março

Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, J. Salaviza e Renée N. Messora Para a sua segunda longa-metragem, depois de “Montanha”, e primeira produção no Brasil, João Salaviza não partiu sozinho. Rodado na aldeia indígena que Renée Nader Messora lhe apresentou, no estado de Tocantins, “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos” venceu o Prémio Especial do Júri na secção Un Certain Regard, em Cannes, onde se estreou em 2018. Antes de chegar às salas, o filme é exibido numa sessão de antestreia com direito a apresentação e a uma conversa com os dois realizadores. Do realizador, o Monumental programa ainda uma sessão de curtas: “Arena”, “Rafa” e “Altas Cidades de Ossadas”.

Dia 10 de março

Dogville, Lars von Trier Regressos ao passado de Lars von Trier não exigiram nunca pretexto, e talvez por isso não precise de os justificar a Medeia Filmes, que ao longo deste primeiro mês de programação especial na sala mais nobre do seu cinema no Saldanha, o Cineteatro Monumental, regressa a “Dogville” (17 de março, às 15), estreado em Veneza, em 2003, com Nicole Kidman e Harriet Andersson. Além desta sessão, dia 24, às 21h30, revisita-se ainda o filme que em 2000 venceu a Palma de Ouro em Cannes e deu a Björk o prémio de Melhor Atriz: “Dancer in the Dark”.

Dia 17 de março

Paris, Texas, Wim Wenders De novo e em cópia restaurada, um dos mais icónicos filmes de Wim Wenders, para a dupla de protagonistas que não se ficará por menos: Harry Dean Stanton e Nastassja Kinski. “Paris, Texas” de novo, porquê? Porque assim quis Salvador Sobral, o primeiro dos convidados para a rubrica “A escolha de…”, que o Monumental acaba de inaugurar. Quer isto dizer que a sessão única em que pode ser revisto neste mês o vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes de 1984 terá o vencedor do Festival da Eurovisão como mais do que convidado, como anfitrião.

Dia 24 de março

Dumbo,Tim BurTon Depois de “Alice do Outro Lado 

do Espelho”, pelo reino dos remakes de grandes clássicos da animação continua a movimentar-se, pelo menos até ver, Tim Burton. Prestes a estrear–se nas salas de cinema está agora a sua aguardada versão de “Dumbo”, a chegar-nos quase oito décadas depois do original de 1941, a partir da história escrita por Helen Aberson. Coproduzido pela Tim Burton Productions e a Disney, “Dumbo”, que o Monumental exibe em antestreia, conta com a interpretação de Colin Farrell, Danny DeVito e Eva Green, entre outros, mas o protagonista é mesmo um elefante animado.

Dia 24 de março

O Rei das Rosas, Werner Schroeter A fechar a programação para este mês, na secção “Raríssimos” é exibido o filme que Werner Schroeter rodou em Sintra. Estreado em 1986, “O Rei das Rosas” foi o último filme com argumento e interpretação de Magdalena Montezuma, que morreu pouco depois de terminada a rodagem, vítima de um cancro. A história é a de Albert (Mostefa Djadjam), um homem que cultiva obsessivamente rosas vermelhas à procura da flor ideal, que vive num lugar isolado com a sua mãe (Magdalena Montezuma) e se apaixona por um jovem misterioso de nome Fernando (Antonio Orlando).

Dia 31 de março