FC Porto-Benfica. Não decide nada mas pode definir muito

FC Porto-Benfica. Não decide nada mas pode definir muito


Dragões e águias encontram-se na edição número 241 de um clássico que pode dar gás a uma das duas equipas…ou deixar tudo na mesma


E assim de fininho – pé ante pé, como diziam os eruditos antigos – se chegou ao terceiro duelo entre FC Porto e Benfica em 2018/19. Depois do triunfo encarnado na Luz, na primeira volta (1-0, no que foi o único triunfo conseguido por Rui Vitória sobre os dragões enquanto treinador do Benfica), e da vingança portista em Braga, na meia-final da Taça da Liga (3-1), chega agora a hora do tira-teimas, agendada para as 20h30 deste sábado, no majestoso Estádio do Dragão.

O clássico número 241 entre dragões e águias (só para falar de jogos oficiais) chega numa altura importante da temporada, mas ainda não decisiva, de acordo com quem jogou muitos e muitos encontros destes. “O clássico pode dar a vantagem a quem o vencer, mas não decide nada”, salientou esta quinta-feira Helton, antigo guarda-redes e capitão do FC Porto, num evento patrocinado pela Soccerex e a Câmara Municipal de Oeiras. Uma opinião partilhada por Quim, ex-guardião do Benfica: “Ainda falta muito campeonato. É só um jogo, são só três pontos, não acredito que o campeonato fique já resolvido.”

E a verdade é que a tabela classificativa e o calendário do campeonato dão razão aos dois antigos craques. Faltam ainda 11 jornadas para o fim da prova e as duas equipas surgem separadas por apenas um ponto, com vantagem para os comandados de Sérgio Conceição – que chegou a ser bem mais dilatada (sete pontos). As águias encetaram uma recuperação assinalável desde que Bruno Lage assumiu o comando técnico, no início de janeiro, com um percurso 100 por cento vitorioso na liga e exibições de monta – como o comprovam os 33 golos marcados e apenas cinco sofridos em oito jogos, onde se destacam a vitória em Alvalade (2-4) e a impensável goleada por 10-0 ao Nacional, na Luz.

Só o dragão feriu Lage O FC Porto, por seu lado, tropeçou três vezes em igual período (empates 0-0 com Sporting e Vitória de Guimarães e 1-1 com o Moreirense), desperdiçando seis pontos que podem fazer toda a diferença nas contas finais. Ainda assim, é preciso lembrar que o único desaire de Lage enquanto técnico da principal equipa do Benfica foi… precisamente com os dragões, na já referida partida da Taça da Liga.

Por todas estas razões, o clássico deste sábado no Dragão reveste-se de especial importância para as duas equipas. A história corrobora as evidências classificativas e diz que o FC Porto é o favorito, com 66 vitórias em 112 jogos no seu terreno ante as águias – que apenas em 17 ocasiões saíram da Invicta com um triunfo. Em termos globais, os dragões têm mais seis vitórias que os encarnados, entre jogos de campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga, Supertaça e Campeonato de Portugal: 93 contra 87 (e 60 empates), numa tendência iniciada sobretudo a partir da década de 80.

Este sábado, as duas equipas devem entrar em campo com desenhos muito similares àqueles que têm sido utilizados pelos dois técnicos nas últimas semanas. No FC Porto, as maiores dúvidas prendem-se com o regresso de Éder Militão, após o castigo pela saída noturna, e Marega à titularidade – o maliano ainda não estará a 100 por cento, mas deve andar lá perto, depois da recuperação milagrosa na China, junto do fisioterapeuta da equipa técnica de Vítor Pereira. No Benfica, e dados os regressos de André Almeida e Ferro, após castigo, é expectável que Samaris volte ao meio-campo; nesse cenário, o jovem Florentino Luís perderá a titularidade.

Braga quer, Sporting sonha A correr por fora estão Braga e Sporting. Os arsenalistas atravessam claramente o pior período da época, com duas derrotas consecutivas (ao 3-0 em Alvalade seguiu-se o 0-2 caseiro frente ao Belenenses, SAD), e têm este domingo uma deslocação bastante complicada: Vila do Conde, para defrontar o Rio Ave. Em caso de vitória, podem ainda assim conseguir reduzir distâncias para uma das equipas da frente – ou ambas – e voltar a sonhar com o título.

Já os leões terão, em teoria, uma tarefa menos complicada com a receção a um Portimonense em claras dificuldades para colmatar as saídas de Ewerton, Wilson Manafá e sobretudo Nakajima no mercado de inverno – parece bastante óbvio que não se irá repetir o cenário da primeira volta, em que o Sporting saiu de Portimão vergado a uma pesada derrota (4-2), no que foi o início do fim do consulado de José Peseiro. Embora, como já se percebeu, também não seja garantido apostar de caras em triunfos deste Sporting…