O responsável do Comando Norte das forças dos Estados Unidos afirmou esta terça-feira no Senado norte-americano que os civis que tentam cruzar a fronteira a partir do México não constituem uma ameaça militar. “Não é uma ameaça militar”, afirmou o general Terrence O’Shaughnessy, acrescentando, no entanto, que isso “é ligeiramente diferente de responder se os militares devem ou não responder à situação”.
Questionado pelo senador democrata Jack Reed no Comité das Forças Armadas sobre se um muro na fronteira com o México seria uma defesa efetiva contra um ataque militar, o general respondeu: “A meu ver, qualquer barreira criada para tornar mais segura a nossa nação tem também algumas ramificações na nossa capacidade de defesa perante uma ameaça militar.” Porém, acrescentou, “neste momento, não existe uma força militar específica do sul contra a qual estejamos a preparar-nos para agir”.
O general não quis, contudo, qualificar se a declaração de emergência nacional decidida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no dia 15 de fevereiro, seria uma boa ou má decisão. “Não recomendei nem uma coisa nem outra”, disse O’Shaughnessy, afirmando que se limitou a dar o seu “melhor conselho militar” ao chefe de Estado. E, como militar que é, sublinhou que cumpre ordens: “Na minha perspetiva, eu recebo ordens do secretário de Defesa e do presidente, e essas ordens são muito claras para mim.”
Terrence O’Shaughnessy, que visitou a fronteira dos EUA com o México no sábado, acompanhado pelo secretário de Defesa em exercício, Patrick Shanahan, referiu que a questão fronteiriça é “um assunto nacional” que deve ter uma “abordagem transversal do governo”.
O general referiu-se às opiniões do Departamento de Segurança Nacional e da Proteção Alfandegária e de Fronteira, que acreditam que um aumento da vedação ao longo da fronteira terá um impacto no movimento do tráfico de droga a partir do México. E que o Comando Norte das forças dos EUA quer ser um “bom parceiro” nesta questão.