O lucro do BCP disparou 65,1% para 301,1 milhões de euros em 2018. A instituição financeira liderada por Miguel Maya anunciou ainda que vai pagar 10% em dividendos, o equivalente a cerca de 30,1 milhões de euros –0,2 cêntimos por ação – retomando uma prática que já não ocorria desde 2010. No entanto, a proposta terá de ser aprovada em Conselho de Administração e submetida à assembleia-geral de acionistas, que decorrerá em 22 de maio. “O dividendo de 10% é muito importante para sinalizar ao mercado a normalização do banco, mas com prudência, porque os desafios continuam a ser relevantes”, afirmou Miguel Maya, CEO do BCP, durante a apresentação de resultados.
“Apresentamos resultados positivos, crescentes e consistentes. Vamos ao ritmo certo”, revelou Nuno Amado, antes da apresentação de contas. O atual chairman da instituição financeira – abandonou o cargo de CEO em julho passado, cargo que ocupava desde 2012 – lembrou ainda o plano de reestruturação que o banco passou nos últimos anos, o que permitiu ao BCP, depois de anos de prejuízos em 2013, 2014 e 2015, ter regressado aos lucros a partir de 2015.
A atividade em Portugal registou um aumento de 196,1% para 115,5 milhões de euros, enquanto a internacional totalizou os 186,9 milhões de euros (um aumento de 27,8% face ao ano passado).
A contribuir para o crescimento dos lucros esteve a quebra das imparidades e provisões, em quase 300 milhões de euros. Já a margem financeira apresentou um crescimento de 2,3% ultrapassando 1,4 mil milhões de euros em 2018.
Só as comissões bancárias aumentaram 3,3% para os 564,7 milhões de euros, enquanto os custos com pessoal rondaram os 593 milhões de euros – o que inclui o impacto da reposição salarial de 7,5 milhões de euros.
O crédito a clientes ultrapassou os 51 mil milhões de euros com a atividade em Portugal a situar-se nos 37,1 mil milhões de euros em 31 de dezembro de 2018. Por outro lado, os “recursos totais de clientes aumentaram 5,2% comparativamente com os 70,3 mil milhões de euros registados em 31 de dezembro de 2017, ascendendo a 74.023 milhões de euros no final de dezembro de 2018″, diz o BCP, afirmando que “esta evolução ficou a dever-se ao bom desempenho quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional, nomeadamente no que respeita à evolução dos recursos de balanço cujo crescimento foi determinado pelo desempenho favorável dos depósitos e outros recursos de clientes”.
Nova liderança
Miguel Maya revelou ainda que Ricardo Campos é o novo CEO do Activo Bank. Isto depois de Dulce Mota ter saído para o Montepio, ocupando agora o cargo de CEO da instituição financeira. “Tem todas as competências para dar incremento ao nosso projeto. O ActivoBank é um projeto interessante para nós”, garantiu.