Braga para Todos e Nós Cidadãos preocupados com Festas de São João

Braga para Todos e Nós Cidadãos preocupados com Festas de São João


Exigidas explicações para a saída do líder da associação das festividades.


O partido Nós Cidadãos, concorrente às últimas autárquicas e reformulado recentemente no distrito de Braga, juntamente com o movimento político Braga para Todos, acusaram este domingo Ricardo Rio de “estar a mentir” sobre a saída de Rui Ferreira da presidência da Associação das Festas de São João, a polémica autárquica que está a agitar o concelho.
Rui Ferreira, um jovem historiador apresentou a sua demissão da liderança da Associação das Festas do São João de Braga, alegando “razões pessoais”, depois de entrar em rota de colisão com o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, o que terá precipitado aquela “demissão” do também assessor de vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Braga.

Segundo as duas estruturas, o partido político e o movimento, “até ao momento a Câmara de Braga ainda não deu a autorização para a instalação dos divertimentos, como carrosséis nas Festas de São João, naquela que é a mais longa noite da cidade”, sendo que segundo a dirigente Elda Fernandes, do movimento Braga para Todos, “este pode ser um motivo que levou a relação já difícil entre Ricardo Rio e Rui Ferreira a chegar a um ponto final”.

“Carácter vingativo” de Ricardo Rio

“Avaliando a caráter vingativo, autoritário e sem capacidade de escuta ativa de Ricardo Rio não duvidamos que não tenha sido o próprio a afastar Rui Ferreira, ou então a tornar a sua ação limitada, o que levou o mesmo a uma situação de saturação”, acrescenta Elda Fernandes, referindo que “neste ponto, revemos a nossa posição com a CDU e com o PS, de que infelizmente Ricardo Rio cada vez tem atitudes mais inaceitáveis para o concelho”.
“A mais recente é escolher Firmino Marques, vice-presidente da Câmara de Braga, que nem o que tem a seu cargo consegue fazer, muito menos gerir a comissão de festas, que foi um trabalho realizado brilhantemente por Rui Ferreira, do qual só temos agradecer a abertura e disponibilidade para  se fazer a primeira edição do festival vegan que acolheu de imediato sem questionar uma única vez as diferenças políticas que logicamente nos distanciam do centrista”, salienta, em comunicado, aquele movimento da sociedade civil.

As licenças para os carrosséis

O partido e o movimento alegam que tiveram conhecimento através de empresários de carrosséis “que as licenças foram pedidas há meses, mas ainda não passadas pela Câmara, sendo que o ano passado já houve problemas face a condições de segurança e abertura dos portões com a InvestBraga, mas, este ano acreditam que vai ser pior”, referem ambos.

“A questão aqui é política e prende-se com a falta de transparência de Ricardo Rio em não contar todos os contornos do contrato que fez sobre o Altice Forum, da mesma forma que a Feira Semanal de Braga não pode voltar para lá face a esses negócios elitistas que beneficiam os amigos, o provável é que os carrosséis também não”, disse Elda Fernandes.
“Agora fica a pergunta: quando Ricardo Rio terá a coragem de dizer aos empresários dos carrosséis que não vão poder ir para o parque do Forum, porque o podem estragar, porque esse é o argumento usado contra o regresso da Feira Semanal de Braga, que é o de estragar aquele espaço?”, salientam as duas organizações, questionando “vão para onde, então?, pois o São João acontece no centro da cidade e nas imediações do estádio, não aceitamos, está completamente fora de questão”, segundo refere a maioria dos comerciantes da feira.

A polémica da Feira de Braga

Sobre a Feira Semanal de Braga, o Nós Cidadãos Braga e o Braga para Todos dão como exemplo Cabeceiras de Basto, “que vai investir 2,8 milhões na praça da feira semanal, enquanto Ricardo Rio quer acabar com esta feira, ao afastá-la para o sopé do Monte Picoto em terrenos que já se consta, serão posteriormente para um hotel”, afirma o comunicado.
“Por um lado, em Cabeceiras de Basto há um investimento, pois existem fundos europeus para as feiras saírem das ruas, aliás, usados por Ricardo Rio no Altice Forum, e será feita uma obra com cuidado, com vontade de tornar a feira bonita e com boas condições de trabalho aos comerciantes”, acrescenta a dirigente Elda Fernandes, do Braga para Todos.
“Em Braga, pelo contrário, quer-se esconder a feira, parece que ao não passarem as licenças, o mesmo se passará com os carrosséis do São João, além de que há já conversas da venda dos terrenos do sopé do Picoto para um hotel e pode ter fundamento, porque as obras para arranjar esse espaço já estão há  meses atrasadas e agora foram adiadas para depois da Feira da AGRO, sem qualquer motivo, portanto será que vão acontecer ou então os comerciantes vão ser arrastados para as imediações do estádio e para a proximidade das Piscinas da Ponte, como alguns já estão até desistirem, porque falamos com vários que afirmam que vir a Braga é perder dinheiro”, destaca Elda Fernandes no comunicado.

O Braga para Todos refere ter “uma petição já assinada por mais de 60 por cento dos feirantes insatisfeitos e agora vão recolher junto dos bracarenses mais assinaturas, os pedidos do movimento político apoiadas pelo Nós Cidadãos são para que nenhum feirante pague até voltarem para o Fórum Altice e também a instalação de WC`S amovíveis para evitar que se ande 800 metros para ir à única casa-de-banho que é a do Parque da Ponte”.

Lista do Nós Cidadãos para Braga

O partido Nós Cidadãos vai apresentar nas listas às europeias um candidato do distrito de  Braga, afirmando “estar cem por cento solidário com a petição do movimento político Braga para Todos, porque o Nós Cidadãos é um partido que defende o melhor para os portugueses, sempre que há abuso de poder por parte de uma autarquia nós apoiamos, e é muito grave a retirada dos feirantes do lugar de sempre, alias, já nos disponibilizamos para ajudar e vamos também agir no terreno, Braga está a passar uma grande crise política que deve ser conhecida pelos cidadãos que têm nas eleições a possibilidade de penalizar esta coligação de direita que visa interesses próprios e não os da cidade”, segundo afirma.