A líder do Bloco de Esquerda já reagiu à saída de mais de 20 militantes do partido, afirmando que lamenta que o grupo tenha batido com a porta. "Lamentamos sempre. As críticas, como sabe, não foram acompanhadas sequer pelas pessoas que estiveram juntas na mesma moção [à Convenção do BE]", respondeu Catarina Martins aos jornalistas, no parlamento, em Lisboa, no final de uma reunião com sindicatos dos professores.
Catarina Martins afirmou ainda que está convicta de que vai voltar a encontrar-se com os dissidentes bloquistas. "Devo dizer que tenho a certeza absoluta que nos vamos continuar a encontrar nas lutas comuns em que nos encontrámos até hoje", acrescentou, sem querer fazer qualquer outro comentário.
As declarações da coordenadora do Bloco de Esquerda surgem depois de ontem 26 bloquistas terem pedido a desvinculação do partido. O grupo enviou uma carta à Mesa Nacional, tecendo duras críticas ao rumo político do Bloco de Esquerda nos últimos anos e salientando o “desconforto” por ter sido um assessor, e não um dirigente, a criticar os eventos no bairro da Jamaica.
Do grupo que se desfiliou fazem parte alguns fundadores do partido, como os dois irmãos de Francisco Louçã, Isabel Maria Louçã e João Carlos Louçã, e Sérgio Vitorino.
“Resolvemos deixar o Bloco porque não podemos ignorar o caminho de institucionalização dos últimos anos que transformaram o partido, de instrumento de luta política, num fim em si mesmo”, pode ler-se na carta. Os dissidentes bloquistas referem ainda que vão começar “de novo quando ainda está tudo por fazer”.