O governador do Banco de Portugal pediu para não participar nas decisões do regulador quanto à eventual responsabilização de antigos gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD), pedido esse que foi aceite pelo Conselho de Administração.
“Tendo em conta que o seu mandato na CGD está incluído no período que foi objeto de análise na auditoria da EY à CGD (2000-2015), o Governador comunicou ao Conselho de Administração do Banco de Portugal a sua intenção de não participar nas decisões do Banco de Portugal decorrentes das conclusões desta auditoria, tendo o Conselho de Administração aceite este motivo de escusa”, refere o comunicado do Banco de Portugal.
{relacionados}
Recorde-se que este comunicado surge depois de a revista Sábado ter noticiado que Carlos Costa, ex-administrador da CGD, esteve em várias reuniões que aprovaram créditos ruinosos. De acordo com a mesma publicação, o então administrador da Caixa esteve presente nas reuniões em que foram aprovados créditos para compra de ações pela Metalgest (de Joe Berardo) e da Investifino (de Manuel Fino), dois dos principais devedores do banco público.
“O Governador reitera que está totalmente disponível, como sempre esteve, para prestar todos os esclarecimentos que a Assembleia da República entender necessários, designadamente sobre os termos da sua participação nos órgãos colegiais que aprovaram as operações que são objeto da auditoria da EY à CGD”, acrescenta o comunicado.