No final de 2018, EUA e México anunciaram um pacote de investimento conjunto para melhorar a governança e impulsionar reformas institucionais em El Salvador, Guatemala e Honduras, o Triângulo Norte da América Central, de onde chega a maioria dos imigrantes que procuram asilo nos EUA para fugir à miséria, à violência, ao tráfico de droga e à corrupção nos seus países. Bem como ao desenvolvimento do mais pobre e subdesenvolvido sul do México, onde não chega o outsourcing das multinacionais norte-americanas, que preferem investir no norte do México pela proximidade com a fronteira.
Uma medida para fazer frente à “crise migratória” para a qual Donald Trump se comprometeu a destinar 4800 milhões de dólares (4207 milhões de euros) para cooperação e desenvolvimento no sul do México e outros 5800 milhões de dólares (5084 milhões de euros) para os três referidos países.
“Haverá que manter os olhos abertos para que se cumpra essa palavra e que Trump faça valer a sua palavra”, referiu Martín Rodríguez Sánchez, presidente do Conselho Internacional de Empresários (COINE), associação que representa os empresários da América Latina e das Caraíbas, citado pelo “Excelsior”.
No final de dezembro, o presidente mexicano foi a Monterrey para assinar e apresentar o decreto de Estímulos Fiscais para a Região da Fronteira Norte, que entrou em vigor a 1 de janeiro. Com ele, o governo criou uma zona franca numa faixa de 25 quilómetros a partir da fronteira com os EUA.
“Toda essa faixa vai ser a maior zona franca do mundo”, garantiu Andrés Manuel López Obrador (AMLO). “Em toda essa faixa baixará o imposto sobre os rendimentos em 20%, o IVA passa de 16% a 8%, vão homologar-se os preços energéticos, passando o gás, o diesel, a energia elétrica, as gasolinas a custar o mesmo que custam no outro lado da fronteira, e vão aumentar as facilidades de investimento, duplicando o salário mínimo”, enumerou o chefe de Estado.
Com isto, o novo governo mexicano pretende gerar maior competitividade das empresas do norte do país na concorrência com as dos EUA. “É um projeto muito importante para estimular a geração e a criação de empregos e aproveitar a força económica da União Americana”, explicou AMLO, para quem estas medidas vão “ajudar muito a reter” os mexicanos no país. É “um plano que consiste em cortinas de desenvolvimento do sul a norte do país”, acrescentou.