Ministra envia condolências às famílias de trabalhadores que morreram por inalação de monóxido de carbono

Ministra envia condolências às famílias de trabalhadores que morreram por inalação de monóxido de carbono


Caso aconteceu no Hospital Magalhães Lemos, no Porto. Vítimas tinham 52 e 60 anos


Dois funcionários do Hospital Magalhães Lemos, no Porto, morreram ontem de manhã num acidente de trabalho por inalação de monóxido de carbono. Os homens, de 52 e 60 anos, “estariam a fazer a reparação de uma caldeira” na central térmica da lavandaria da instituição, de acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP).

Inicialmente, a PSP tinha avançado que o acidente tinha sido provocado pela explosão da caldeira, mas mais tarde, ao atualizar a informação sobre a ocorrência, a PSP precisou que “afinal não houve uma explosão, apenas uma fuga de monóxido de carbono”.

A Ministra da Saúde, Marta Temido, reagiu ao caso durante a tarde, numa nota enviada às redações e publicada na página do Serviço Nacional de Saúde (SNS), expressando “pesar” e endereçando “sentidas condolências aos familiares e amigos dos dois trabalhadores”. Na mesma nota, a tutela garante que “já foi aberto um inquérito para apurar as causas do acidente”.

De resto, também a empresa responsável pelo espaço onde o acidente ocorreu, a Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) emitiu uma nota de condolências, garantindo que “as instalações são alvo de procedimentos de auditoria rigorosos e exigentes, estando devidamente licenciadas, contemplando nomeadamente sistema de deteção de gás”.

42 mortos por inalação de monóxido de carbono

Os acidentes com monóxido de carbono têm estado na ordem do dia. O início do ano ficou marcado pela morte de um casal de emigrantes em São João da Pesqueira (Viseu). Em novembro do ano passado, foi a vez de o monóxido de carbono estar na base da intoxicação de uma família de cinco pessoas – pai, mãe, tio e duas filhas, com nove e 14 anos –, em Sabrosa (Vila Real).

Como noticiado num artigo publicado pelo i esta terça-feira, o Centro de_Orientação de Doentes Urgentes (CODU) avançou ao i que em seis anos, entre 2012 e 2018 (até 25 de novembro) morreram no país 42 pessoas por inalação de monóxido de carbono. Contudo, o gás esteve na base de 4758 ocorrências. Só em 2018, das 741 ocorrências registadas resultaram seis vítimas mortais.

Já no ano anterior, em 2017, o CODU registou 972 ocorrências, das quais resultaram quatro mortos. O ano com mais mortes, no entanto, foi 2013 – com 12 vítimas – num total de 672 ocorrências.

Os dados aos quais o i teve acesso revelam ainda que o número de ocorrências tem aumentado desde 2012 – à exceção de 2014 e 2018 –, ano em que se registaram 333 ocorrências. Em 2013, o número de ocorrências aumentou significativamente: foram registados mais 339 casos em relação ao ano anterior. A subida do número de ocorrências foi consecutiva ao longo de três anos (2015 com 642 ocorrências, 2016 com 789 ocorrências e 2017 com 97,2 ocorrências). Quanto a 2018 acabou por contrariar a tendência, totalizando 741.

Já o número de vítimas não é assim tão linear. Segundo dados do CODU, em 2012 registaram-se cinco vítimas mortais. Em 2013 o número aumentou para 12 mortos, valor que reduziu para metade em 2014. E desde então os números têm-se mantido mais ou menos idênticos: quatro vítimas mortais em 2015, cinco em 2016, quatro em 2017 e seis em 2018. com Tatiana Costa