China. Desde 1990 que o crescimento do PIB não era tão baixo

China. Desde 1990 que o crescimento do PIB não era tão baixo


Também a taxa de natalidade bateu recordes com o menor número de nascimentos desde 2000


2018 foi um ano negro para a economia chinesa. Desde 1990 que o PIB não crescia a um ritmo tão lento. No conjunto do ano, este crescimento fixou-se nos 6,6%, ficando abaixo do que tinha registado em 2017 – 6,8%.

Segundo o instituto de estatísticas de Pequim, o último trimestre de 2018 foi o pior do ano e ficou marcado por um abrandamento do PIB para 6,4%, abaixo dos 6,5% registados no trimestre anterior. 

No último mês, o cenário não parecia animador uma vez que exportações e importações caíram, assim como as encomendas às fábricas, o que faz prever uma queda na atividade e mais cortes de emprego. Também em valores recorde está a taxa de natalidade ao registar o menor número de nascimentos desde 2000, com menos dois milhões que em 2017 e um total de pouco mais de 15 milhões de bebés.

No entanto, nem tudo está pintado de negro. Indicadores também do mês de dezembro revelaram que o crescimento populacional aumentou de 5,4% para 5,7%, a par com os bons resultados de outras variáveis como as vendas a retalho que aceleraram para 8,2%. 

Nos últimos meses, são muitos os alertas dados pelas grandes empresas, como a Apple, sobre o ritmo de vendas e pelo governo que tem tentado ganhar força para depender mais do consumo doméstico. Entre os planos dos políticos está a aceleração dos projetos de construção, o corte de impostos e a redução das reservas mantidas pelos bancos. As taxas impostas às exportações para os Estados Unidos, na sequência de uma guerra comercial promovida pela administração de Trump é uma das principais razões para que isto aconteça. 

O governo já prometeu apoios para este ano, ainda que descarte a possibilidade de um “inundação” de estímulos como o que acontece u no ano passado e que levou ao aumento da dívida. Naoto Saito, investigador do Daiwa Institute of Research, citado pela Reuters afirmou que “enquanto os EUA e a China se confrontam em muitas frentes, o sentimento do consumidor parece ter sido prejudicado” e explica que o grande apoio tem passado pelo “sólido crescimento dos salários”, embora a ansiedade quanto ao futuro comece a aumentar.O investigador esclareceu ainda que o governo tem como apoiar a economia e isto pode passar “por aumentar os gastos em infraestrutura e reduzir o rácio de reservas dos bancos”.

Ning Jizhe, responsável pelo instituto nacional de estatística, afirmou que a China contribuiu com 30% para o crescimento mundial no último ano. 

Previsões

O Banco Mundial prevê que a China continue na senda da desaceleração e cresça apenas 6,2%. 
No entanto, Ning apresentou uma perspetiva mais animadora e afirmou que tem  “toda a confiança de poder manter um rendimento económico estável dentro de um nível razoável em 2019”, uma vez que “a economia mundial desacelera, mas a China continua a ser o principal contributo para o crescimento global”. “A nossa economia é resistente e tem meios para superar as dificuldades”, confessou.